A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) disse esta segunda-feira não ter ficado surpreendida com os resultados do estudo da Infraestruturas de Portugal que conclui que pagar menos nas ex-Scut geraria mais receita para o Estado.

“Não me surpreende, porque a CIMT já tomou posição por diversas vezes sobre a questão dos benefícios gerais da redução do valor das portagens, nomeadamente na A23 e na A13 [autoestradas], e não foi preciso estudo algum para sustentar a nossa opinião”, disse Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara Municipal de Abrantes.

O estudo da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), a que a TSF teve acesso e divulgou na sexta-feira, foi realizado a pedido do anterior Governo PSD-CDS, embora as suas conclusões nunca tenham sido conhecidas, nem sido colocadas em prática, surgindo agora numa altura em que o atual executivo já anunciou que vai descer as portagens em algumas ex-Scut (vias sem custos para o utilizador), embora ainda não tenha revelado quando, nem os valores.

Questionado pela Lusa, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse que “até ao verão, entre junho e julho, o processo deverá estar concluído”.

O governante afirmou que o Governo está a desenvolver uma negociação com um dos concessionários, na A23, porque no executivo anterior a receita dessas portagens foi passada para o concessionário privado.

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“Temos de fazer essa negociação e estamos a desenvolver os trâmites necessários para que isso aconteça”, observou, em Ponte de Sôr, à margem da inauguração de um campus aeronáutico.

Sem quantificar o valor da descida das portagens, Pedro Marques declarou, no entanto, que o executivo “tem feito um grande esforço para cumprir integralmente o programa de Governo” e para “concretizar essa evolução positiva mais uma vez para a coesão, para o investimento no interior e para a mobilidade no interior, agora, até ao verão”.

O ministro disse ainda que a informação disponibilizada no Governo PSD/CDS era incompleta e lembrou que, apesar de ter sido prometida uma redução das portagens na altura da campanha eleitoral, ela não foi concretizada.

A autarca de Abrantes defendeu esta segunda-feira a redução do preço das portagens no troço da Autoestrada da Beira Interior (A23), entre o nó da A1 que liga Torres Novas e Abrantes (com três pórticos eletrónicos de cobrança de portagens numa distância de cerca de 37 quilómetros), e na A13, que liga Tomar a Ferreira do Zêzere, “para um aumento da competitividade” no Médio Tejo.

“O que reivindicamos – Câmara de Abrantes e CIMT – é que se diminua o valor das portagens na A23 e na A13 para que os cidadãos possam utilizar mais esta via, sendo certo que, aumentando os números de utilização, o Estado não perde dinheiro com essa medida e a região e as empresas ganham em competitividade”, defendeu.

Por outro lado, acrescentou, “a diminuição do valor portajado vai permitir retirar um número muito considerável de viaturas de dentro das povoações, nomeadamente o trânsito pesado, que destrói ruas, passeios, sinais de trânsito e iluminação pública e que faz aumentar o grau de insegurança de peões e automobilistas”.

Para Maria do Céu Albuquerque, “não faz sentido que o preço das portagens neste troço seja mais caro do que na A1”, entre Lisboa e o Porto.