Zeenat Bibi casou em segredo com o homem com quem estava romanticamente envolvida sem ter permissão dos pais. Quando voltou a casa, sob a promessa de uma festa de casamento, foi morta pela família, tendo sido queimada com querosene.

No dia 29 de maio Zeenat fugiu de casa para casar com um homem chamado Hasan Khan. Segundo o marido da rapariga de 16 anos, os dois fugiram por saberem que a família de Zeenat nunca aceitaria o casamento, segundo a US News.

Quatro dias depois de terem casado, a família de Zeenat contactou o casal e prometeu que lhes organizariam uma festa de casamento e depois os dois podiam viver juntos. A adolescente a princípio mostrou-se reticente a voltar a casa, com medo de ser morta. No entanto, segundo Hasan, decidiu regressar depois de um tio lhe ter garantido a sua segurança.

Segundo a polícia de Lahore, Perveen, a mãe da adolescente, “matou a filha, Zeenat Bibi, queimando-a viva” e terá confessado o crime a vários membros da família. Segundo os vizinhos, a mãe da adolescente tê-la-á prendido à cabana onde viviam e regado a rapariga com querosene. Quando os vizinhos tentavam acorrer para ajudar a rapariga, a família bloqueava-lhes a passagem.

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Pakistani residents stand at the site where a teenager was burnt alive by her mother in Lahore on June 8, 2016. A Pakistani mother on June 8 burnt her 16-year-old daughter alive for marrying a man of her own choice, before running out her street to tell neighbours she had killed the teen for bringing shame to the family. It was the third so-called "honour killing" in the South Asian country in as many months, and a rare example of the crime being carried out by a woman. / AFP / ARIF ALI (Photo credit should read ARIF ALI/AFP/Getty Images)

O local onde a rapariga foi queimada. ARIF ALI/AFP/Getty Images

A polícia encontrou querosene no local do criem, que está a ser considerado como um “crime de honra”, uma prática que o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, prometeu erradicar.

A semana passada, uma professora, Maria Bibi, foi queimada viva por se recusar a casar com um homem com o dobro da idade dela, escolhido pelos pais. Foram detidos quatro suspeitos, entre os quais o pai do homem a quem estava prometida.

Um mês antes, a polícia prendeu treze membros de uma tribo por terem, alegadamente, estrangulado uma rapariga e imolado o seu corpo por ter ajudado uma amiga a fugir para casar. O corpo de Ambreen Riasat, de 17 anos, foi encontrado dentro de uma carrinha queimada.

Segundo dados publicados este ano, cerca de 1.000 pessoas morrem todos os anos por “crimes de honra”, em países muçulmanos.