“Vou ficar aqui a falar até termos algum sinal, algum sinal de que podemos encontrar consenso” — a promessa é do senador Chris Murphy, um democrata do Estado de Connecticut, que está decidido a pressionar os republicanos a aprovar legislação que restringe a possibilidade de comprar armas nos Estados Unidos. E pode muito bem estar a falar a sério: é que o senador iniciou esta quarta-feira um filibuster, uma ação prevista na legislação norte-americana que permite que um senador, ou um grupo de senadores, tome a palavra por tempo indefinido.

A iniciativa arrancou pelas 11h20 desta quarta-feira e foi prontamente acompanhada por outros senadores democratas, conta o Politico. Como os republicanos não impediram o filibuster, através de uma figura parlamentar designada de cloture (uma ação que permite terminar rapidamente com o debate), Chris Murphy pode agora, sem infringir qualquer norma ou procedimento, continuar a falar sem limite de tempo.

É de esperar que venha a ser substituído por outros senadores democratas, estendendo o tempo da intervenção pela noite dentro. Esta quarta-feira é também o dia em que o presumível candidato às presidenciais Donald Trump tem um encontro marcado com a National Rifle Association, que advoga pelo direito de acesso a armas.

O senado discutia um diploma agregador de várias alterações à lei que incluem mais restrições à compra de armas. Chris Murphy aproveitou a ocasião para exigir consenso sobre a necessidade de impedir que suspeitos de terrorismo possam comprar armas, passando a ser obrigatória uma verificação de dados internacional.

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A pressão para aprovar legislação que restrinja o acesso a armas nos Estados Unidos subiu depois de um atirador ter feito um massacre num clube gay em Orlando, matando a tiro 49 pessoas e ferindo outras 53.

Murphy é um defensor do aumento do controlo de armas nos Estados Unidos. Lembrou o massacre de 2012, no seu Estado, Connecticut, quando 20 crianças foram mortas a tiro numa escola em Newtown. Diz que não consegue olhar as famílias daquelas crianças nos olhos e dizer-lhes que o Congresso não fez nada, desde então, cita a Associated Press.

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