O novo Programa Nacional de Vacinação (PNV), que entra em vigor em janeiro, é esta segunda-feira apresentado em Lisboa, com novidades como a vacinação da BCG contra a tuberculose, apenas para crianças pertencentes a grupos de risco.

A cerimónia decorre na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, com a presença do ministro da Saúde e do diretor-geral da Saúde e de outros especialistas que participarão num debate sobre a vacinação.

O novo PNV resulta de uma revisão iniciada em 2013 e contempla várias novidades, como o fim da vacinação universal com a BCG contra a tuberculose.

A partir de 01 de janeiro de 2017, apenas serão vacinadas com a BCG as crianças que pertencem a famílias com risco acrescido para a tuberculose ou as que vivem numa determinada região, com uma taxa da doença superior à do país (como nos distritos de Lisboa e Porto).

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Outra novidade do PNV passa por uma nova e mais abrangente vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), com uma eficácia superior a 90% contra o cancro do colo do útero, que vai ser administrada às raparigas mais cedo, aos 10 anos.

“Usávamos uma vacina quadrivalente que cobria cerca de 75% do cancro do colo do útero. Entretanto, foi possível adicionar à vacina mais cinco antigénios”, disse à agência Lusa a coordenadora do PNV, Graça Freitas.

Esta medida permite uma cobertura contra o cancro do colo do útero 20 por cento maior, mantendo-se na mesma em relação às lesões benignas que “estão em franco desaparecimento”.

Outra novidade do novo PNV, que será apresentado esta segunda-feira, é a junção de vacinas do programa a administrar aos dois e seis meses de idade, tendo em conta que existem ainda outras vacinas prescritas (a custos das famílias).

As crianças passam a receber uma vacina hexavalente, na qual constam a proteção contra a hepatite B, a ‘Haemophilus influenzae’ tipo B (Hib), a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite.

A administração da vacina contra o tétano também vai sofrer alterações, com maiores intervalos, passando a ser tomadas aos dez, 25, 45 e 65 anos. Após os 65 anos, os intervalos entre tomas voltam aos 10 anos.

Em relação à vacina contra a meningite B, cuja inclusão no PNV está a ser avaliada, vai ser administrada gratuitamente a crianças que, por razões clínicas, têm défices de imunidade, anunciou Graça Freitas.

Esta vacina protege contra a meningite B, não é comparticipada e cada dose das duas, três ou quatro necessárias (dependendo da idade da criança), custa perto de 100 euros, mas será gratuita para crianças de risco para a doença.

O programa contempla ainda a vacinação das grávidas para a proteção das crianças da tosse convulsa, até estas poderem ser vacinadas, a partir dos dois meses de idade.

“Através da placenta há uma passagem de anticorpos da mãe para o filho, a chamada imunidade passiva, e que desaparece quando eles começam a ser vacinados”, ou seja, aos dois meses de idade.

Esta vacina será gratuita a partir de janeiro, mas, até lá, a grávida poderá vacinar-se com o mesmo objetivo, embora pagando o valor da vacina.