Os institutos nacionais da saúde norte-americanos anunciaram esta terça-feira o lançamento de um extenso estudo sobre o vírus Zika nas mulheres grávidas e crianças, nas zonas mais afetadas, sobretudo na América Latina.

Este estudo sobre os efeitos do Zika nas crianças e nas mulheres grávidas começou em Porto Rico e vai ser estendido ao Brasil, Colômbia e outros países onde a transmissão do vírus está ativa. Ao todo, cerca de 10.000 mulheres grávidas, com pelo menos 15 anos de idade, devem ser recrutadas.

O estudo destina-se a determinar a extensão dos riscos para a saúde que o vírus Zika apresenta para as mulheres grávidas, os fetos e os seus filhos.

O vírus Zika propaga-se principalmente pelas picadas de mosquitos infetados mas pode também ser transmitido sexualmente e de mãe para filho.

As infeções devido a este vírus têm sido registadas em 60 países deste território.

O vírus está ligado a um surto de casos de microcefalia, um defeito de nascença normalmente raro, que se manifesta por um crânio e cérebro anormalmente pequenos e por possíveis danos neurológicos.

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Além da microcefalia, foram encontrados outros problemas como nados-mortos, abortos espontâneos, bebés nascidos com as estruturas cerebrais pouco desenvolvidas, defeitos oculares ou problemas auditivos.

Os participantes neste estudo vão ser mulheres no seu primeiro mês de gestação que serão vigiadas até à altura do parto. Os investigadores vigiarão os recém-nascidos durante o primeiro mês de vida.

“Não determinámos mais efeitos do vírus Zika nas grávidas”, sublinhou Anthony Fauci, diretor do instituto nacional das alergias e das doenças infecciosas norte-americano.

“Este estudo pretende encontrar novos dados importantes que deverão ajudar a guiar as respostas médicas e de saúde pública em relação ao vírus”, acrescentou.

Os investigadores pretendem comparar os grupos de mães e de crianças infetados pelo Zika com outros que não padecem desta doença. Esta comparação será feita de modo a perceber a frequência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, microcefalia, de malformação do sistema nervoso e outras complicações.

Os cientistas vão comparar também o risco de complicações durante a gravidez entre as mulheres que mostraram sintomas de infeção pelo vírus Zika e aquelas que não mostraram sintomas.