Stacey Feeley encontrou a filha na casa de banho, em pé em cima da sanita, e tirou uma fotografia para enviar ao marido. “Pensava que era divertido”, disse a mulher, que queria mostrar “o que é que a malvada da filha de 3 anos estaria a preparar”.
Mas a resposta da filha foi surpreendente. Estava a praticar para um exercício na escola: o que fazer se ficar presa na casa de banho durante um ataque com armas.
Stacey publicou a fotografia no Facebook com um apelo aos políticos dos Estados Unidos. “Olhem: esta é a vossa filha, os vossos filhos e netos e as gerações que estão para vir. Vão viver neste mundo com base nas vossas decisões.” Com apenas 3 anos, “vão esconder-se em casas de banho, em pé em cima do assento da sanita”, diz Stacey, impressionada com o facto de uma criança tão nova já ter de participar em simulações como aquela.
A mulher acusa os políticos norte-americanos de não darem resposta à crise das armas nos Estados Unidos, onde só em 2016 já aconteceram 136 tiroteios com mais de quatro vítimas.
Uma análise da CNN às estatísticas das armas demonstra que entre 1966 e 2012 um terço dos tiroteios em massa aconteceram nos Estados Unidos. De outra forma, os Estados Unidos têm 5% da população do mundo, e 31% dos tiroteios.
A publicação de Stacey foi inundada de comentários de solidariedade e partilhada milhares de vezes. Três dias antes, em Orlando, acontecia o tiroteio mais mortal da história dos Estados Unidos, com 49 vítimas.
“Precisamos de ação”, pede Stacey, lamentando que “muitos dos políticos eleitos não consigam trabalhar juntos. Ou, como estão na cama com as pessoas erradas, cabe-nos a nós a mudanla, se a quisermos”, conclui.