O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a acordo nas últimas horas em Havana, onde decorrem as negociações para o processo de paz. O entendimento entre as duas equipas de negociação para um cessar-fogo bilateral, abre caminho para a última etapa antes da assinatura de acordo de paz definitivo.

O comunicado, lido em conjunto esta quarta-feira na capital cubana, confirma que o governo e as FARC chegaram com “sucesso a acordo sobre o cessar-fogo e sobre o fim das hostilidades bilaterais, o abandono das armas, garantias de segurança e luta contra as organizações criminosas responsáveis por assassinatos e massacres ou que atentem contra defensores dos Direitos Humanos, movimentos sociais e movimentos políticos, incluindo as organizações criminosas que tenham sido designadas como sucessoras da grupo paramilitar e respetivas redes de apoio, e a acusação de comportamento criminoso que ameacem a implementação de acordos e construção da paz”, refere o jornal El Colombiano.

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A primeira pessoa a dar notícia do acordo foi Carlos Antonio Lozada, o membro da equipa de negociação das FARC, através da sua conta no Twitter.

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, esteve presente no evento, bem como o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e as delegações de Cuba e Noruega, países que supervisionam o processo negocial. Os presidentes do Chile e Venezuela, que acompanham as negociações, também estiveram presentes.

O entendimento aconteceu após uma série de avanços em pontos-chave, disse o presidente Juan Manuel Santos. Se o cessar-fogo definitivo vier a concretizar-se, pode estar à vista o fim de mais de 50 anos de guerrilha armada. Juan Manuel Santos afirmou também que o governo e os rebeldes das FARC vão finalizar as negociações que já decorrem há mais de três anos, até 20 de julho, dia da independência da Colômbia.

As FARC declararam um cessar-fogo unilateral há onze meses o que reduziu significativamente a intensidade do conflito armado. Até agora, o governo colombiano tinha recusado por fim à ofensiva terrestre contra a guerrilha, embora tenha suspendido os bombardeamentos.

O governo e as FARC já chegaram a acordos sobre o desenvolvimento agrícola, a participação política dos guerrilheiros desmobilizados, de luta conjunta contra o tráfico de droga, o acompanhamento das vítimas do conflito e a implementação de um sistema de justiça de transição, entre outros pontos.