A falha de Santo André, que atravessa de uma ponta à outra o estado da Califórnia e que delimita a parte da placa do Pacífico que fica nos Estados Unidos da América, é uma das mais estudadas (e temidas do mundo). Um dos motivos é porque se encontra quase à superfície da terra, tendo provocado um sismo devastador em 1906, que destruiu uma boa parte da cidade de São Francisco. De magnitude 7,8 na Escala de Richter, o sismo provocou a morte de mais de três mil pessoas.

A zona mais problemática da falha é a secção sul que, de acordo com os registos geológicos, poderá causar um grande sismo de 150 a 150 anos. Mas tal não acontece desde 1857, altura em que ocorreu o último grande abalo. Porém, um novo sismo pode estar para breve. De acordo com Thomas Jordan, diretor do Centro Sísmico do Sul da Califórnia, a falha de Santo André está “carregada e pronta” para provocar um grande sismo.

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O anúncio foi feito esta quarta-feira durante a Conferência Nacional sobre Sismos, que juntou vários especialistas em Long Island, em Nova Iorque. “As placas estão muito, muito apertadas. E o sul da falha, em particular, parece estar fechada, carregada e pronta a disparar”, disse Jordan durante a sessão de abertura, citado pelo Los Angeles Times.

Jennifer Andrews, sismóloga do Instituto de Tecnologia da Califórnia, explicou à BBC Mundo que “a informação com que nós, cientistas, trabalhamos indica que o extremo sul da falha de Santo André é onde é mais provável se produza um grande terramoto nos próximos 30 anos”. “A parte sul da falha não se rompe há três séculos e sabemos que, durante este tempo, a tensão tem-se acumulado.”

Um sismo de magnitude 7,8, a mesma que fez sentir em 1906 em São Francisco, poderia provocar, atualmente, cerca de dois mil mortos e mais de 50 mil feridos, de acordo com as estimativas mais conservadoras. Os danos materiais poderiam chegar aos 200 mil milhões de euros.

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