Durante um encontro em Pequim, o presidente russo Vladimir Putin fez questão de frisar os muitos pontos de vista que a Rússia e a China têm em comum “sobre o cenário internacional”. Numa reunião com o seu homólogo chinês, os dois presidentes discutiram “o fortalecimento da luta global contra o terrorismo internacional”, a questão do programa nuclear da Coreia do Norte, a situação na Síria e no Mar do Sul da China.

“O Presidente Putin e eu concordamos que perante um contexto internacional cada vez mais complexo e em mutação que devemos redobrar os esforços para manter o espírito de parceria e de cooperação estratégica sino-russa”, disse o presidente chinês, Xi Jinping.

Moscovo e Pequim partilham interesses geopolíticos comuns, nomeadamente a oposição crescente em relação aos Estados Unidos da América, e votam juntos muitas vezes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os dois países são membros permanentes deste órgão, que detém poder de veto.

Alvo de sanções norte-americanas e europeias devido ao processo de anexação da península da Crimeia e ao envolvimento no conflito no leste da Ucrânia, a Rússia tem procurado novas soluções nos mercados na Ásia, principalmente com a China, com quem assinou em 2014 um importante contrato de gás. Os dois países assinaram este sábado 30 acordos de cooperação, nomeadamente nas áreas do comércio e da energia. Um desses acordos envolve um projeto de uma estrutura petroquímica no leste da Sibéria.

Segundo Putin, 58 contratos estão em discussão num valor global de cerca de 44 mil milhões de euros, incluindo um acordo para a construção de uma linha de comboio de alta velocidade na Rússia. Xi Jinping também garantiu uma maior cooperação entre os meios de comunicação social russos e chineses, de forma “a reforçar a influência” destes órgãos na opinião pública mundial.

Esta é a quarta que Vladimir Putin visita a China desde que Xi Jinping chegou ao poder, em 2013.

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