Boris Johnson, ex-presidente da câmara de Londres e um dos principais líderes do Brexit, escreveu que “este referendo sobre o Reino Unido foi o evento político mais extraordinário da nossa vida inteira”. Na sua coluna semanal no jornal The Telegraph, afirma que no referendo de quinta-feira os eleitores escolheram “a resposta certa” depois de uma campanha “esgotante” em que as opiniões divergiam entre familiares, amigos e colegas, mas que terminou com “mais de 17 milhões de pessoas a votarem para sair do Reino Unido”, o maior número de pessoas a “tomarem uma posição na nossa democracia, desde o seu início”.

O ex-mayor de Londres afirmou que não acredita que quem votou pela saída tenha sido guiado por “ansiedade relativamente à imigração”. Johnson diz que a maior parte dos votantes que conheceu eram, principalmente, contra o “controlo” exercido pela União Europeia e que pretendiam que o “poder de expulsar os governantes nas eleições e eleger novos representantes fosse devolvido às pessoas”.

“Acredito também que milhões das pessoas que votaram ‘Sair’ foram inspiradas pela crença de que a Grã-Bretanha é um grande país e que fora da burocracia da União Europeia, que só destrói empregos, podemos sobreviver e prosperar como nunca.”

No seu texto, Johnson concede que mais de 16 milhões de votantes queriam permanecer no Reino Unido. “Eles são nossos vizinhos, irmãos e irmãs que fizeram aquilo que acreditavam que era certo. Numa democracia, a maioria pode decidir, mas todos têm o mesmo valor.” Depois destas afirmações, o político pede aos cidadãos que votaram pelo ‘Sair’ que “estendam a mão, ajudem a curar e construir pontes” com aqueles que têm sentimentos de “desilusão, perda e confusão”, depois de terem votado no ‘Ficar’.

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Durante o artigo é afirmado que a reacção internacional tem exagerado as consequências do Brexit e que “o lado positivo tem sido ignorado”. Johnson reassegura que a economia está “em boas mãos” e que o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, vai poder continuar o seu “soberbo trabalho”.

Boris Johnson aproveita ainda a oportunidade para elogiar David Cameron e George Osborne, cujo trabalho deixou a “economia do Reino Unido excecionalmente forte”.

O político conservador afirma que não acredita que haja uma verdadeira vontade por parte da Escócia de fazer um novo referendo e que o Reino Unido vai avançar com “as quatro nações unidas”.

“Não posso referir vezes suficientes que a Grã-Bretanha faz parte da Europa — e vai sempre fazer. Vai continuar a existir uma cooperação intensa e cada vez mais intensa com os europeus em vários campos: artes, ciências, universidades e na melhoria do ambiente. Os cidadãos da União Europeia a viverem neste país vão ver os seus direitos totalmente protegidos. E o mesmo vai acontecer aos cidadãos britânicos a viverem na UE.”

Boris Johnson considera que a única mudança significativa vai ser a de o Reino Unido se “desvincular da legislação opaca” da UE. Desta forma o Reino Unido será capaz de passar leis e estabelecer impostos que “satisfaçam as necessidades do país”.

O político garante que o governo terá dinheiro para investir no serviço nacional de saúde, conseguirá controlar o fluxo migratório e será capaz de negociar com algumas das economias emergentes do mundo.

O texto termina com Johnson a garantir que a História vai mostrar que os britânicos “acertaram na sua decisão”.