Trinta e dois portugueses foram vítimas de homicídio no estrangeiro em 2015, 13 dos quais no Brasil (7) e na Venezuela (6), segundo dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), divulgados esta terça-feira.

Os dados foram recolhidos através do Observatório de Imprensa de Crimes de Homicídio em Portugal e de Portugueses no Estrangeiro, criado em 2014 “com o objetivo de ajudar a compreender melhor o fenómeno da criminalidade capital, ocorrida em Portugal, ou que tenha envolvido portugueses fora do território nacional”.

De acordo com os dados do Observatório, recolhidos através das notícias publicadas nos vários órgãos de comunicação social, 32 portugueses foram assassinados no estrangeiro, a maior parte dos quais no Brasil (7) e Venezuela (6).

Surgem depois a Suíça, Angola, Estados Unidos da América e Espanha, todos com três casos de homicídio, seguidos da França e Moçambique, com dois portugueses mortos, e da Tunísia, Itália e África do Sul, todos com um caso.

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Dos 32 crimes ocorridos no estrangeiro, 19 aconteceram num local público, nove na residência da vítima, dois no local de trabalho, um no automóvel e outro na residência do homicida.

No que diz respeito ao contexto do crime, a APAV verificou que 10 estavam relacionados com crime patrimonial, três por violência doméstica, 17 por motivos não especificados e em relação a dois casos não há dados sobre o motivo.

Na maior parte dos casos, os homicidas usaram uma arma de fogo (16), tendo também havido sete casos em que foi usada uma arma branca e três ocorrências em que foi usado veneno ou químico.

Em relação à discrição da vítima, em cinco casos tinham entre 56 e 60 anos, havendo quatro vítimas com 31 a 35 anos e outras quatro com idade compreendida entre os 46 e os 50 anos, sendo que a maioria (20) eram homens, onze eram mulheres e num dos casos não há referência quanto ao género da vítima.

Já em relação ao homicida, num dos casos é uma mulher, onze são homens, mas na maior parte das ocorrências (18) não há informação sobre a idade ou o género.

A APAV salienta ainda que houve em 2015 algumas vítimas de atos terroristas, apesar de esse fenómeno “não ter uma expressão muito significativa”, apontando que este facto “era praticamente desconhecido dos portugueses”.

Ainda assim, a associação defende que “deve ser dado particular importância a este fenómeno”, já que acredita que “o risco de os portugueses serem envolvidos nestas situações no estrangeiro tenderá a aumentar”.