“Ainda estou viva”, brincou a rainha de Inglaterra, na segunda-feira, quando questionada sobre o seu estado de saúde, na sua primeira ronda de compromissos públicos desde que os britânicos escolheram, em referendo, sair da União Europeia.

A declaração de Isabel II tem lugar numa altura em que o Reino Unido vive dias dramáticos depois de ter assistido, num curto intervalo de tempo, ao primeiro-ministro a anunciar a sua demissão, à libra esterlina a cair para mínimos de 30 anos, e à Inglaterra a ser eliminada pela Islândia do campeonato europeu de futebol.

Os comentários da monarca acontecem na sequência de uma visita, de dois dias, à Irlanda do Norte, onde se encontrou com líderes como o primeiro vice-ministro Martin McGuinness.

“Olá, como está?”, perguntou McGuinness, estendendo a mão para cumprimentar a rainha, num encontro transmitido pela televisão. A resposta foi pronta: “Ainda estou viva. Ah”, afirmou a rainha, de 90 anos, rindo-se no momento do aperto de mão.

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“Temos estado bastante ocupados. Têm acontecido muitas coisas”, frisou.

A rainha não emitiu uma declaração sobre o resultado do referendo de quinta-feira em que os britânicos optaram pela saída da União Europeia (“Brexit”).

Os eleitores na Escócia e na Irlanda do Norte apoiaram a permanência no bloco, mas o apoio pela saída na Inglaterra e no País de Gales garantiu a vitória do “Brexit”.

Os resultados do referendo levaram o partido Sinn Féin, de McGuinness, a defender uma votação na Irlanda do Norte sobre a unificação com a República da Irlanda enquanto a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, anunciou que a Escócia vê o seu futuro como “parte da União Europeia”.

Depois de um encontro, à porta fechada, com a rainha, McGuinness recusou comentar se discutiram ou não o referendo.

“Discutimos muitas coisas. Não vos vou revelar nenhuma delas”, afirmou.