Angola tem de aumentar mais de cinco vezes o ritmo de redução da mortalidade infantil. Só assim será possível alcançar o objetivo de reduzir para 25 o número de mortes de menores de cinco anos em cada mil, revela a Unicef.

Intitulado “Uma oportunidade justa para todas as crianças”, o relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado esta terça-feira, revela que quase setenta milhões de crianças morrerão antes dos cinco anos até 2030 se a comunidade internacional não investir já nas mais crianças pobres.

O ano de 2030 é o prazo para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos no ano passado e que incluem a meta de reduzir para 25 ou menos o número de crianças, em cada mil nados vivos, que morrem antes de completarem cinco anos de vida.

Atualmente, Angola tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil crianças morrem antes dos cinco anos no país.

Angola é também por isso o país que mais longe está da meta definida no ano passado.

Se a tendência se mantiver como até agora, a taxa de mortalidade infantil em Angola será em 2030 de mais de 110 menores de cinco anos mortos em cada mil, ou seja, mais de três vezes o objetivo.

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Em números absolutos, e se o ritmo de progresso não acelerar, Angola estará em 2030 entre os cinco países com mais mortes de menores de cinco anos.

Nessa altura, estima a Unicef, esses cinco países representarão mais de metade das mortes de crianças com menos de cinco anos: Índia (17%), Nigéria (15%), Paquistão (8%), República Democrática do Congo (7%) e Angola (5%).

Segundo o relatório da Unicef, a taxa de mortalidade em Angola diminuiu de 226 em 1990 para 157 em 2015, a mortalidade de menores de um ano caiu de 134 em 1990 para 96 em 2015 e a mortalidade neonatal (no primeiro mês de vida) era de 49 em 2015.

O documento indica também que 12% dos bebés nascem com baixo peso, 16% das crianças com menos de 59 meses têm baixo peso e 29% das crianças têm baixa estatura.