Horas depois de conhecer uma decisão judicial que permitiria ao ex-marido ver o filho de 15 em 15 dias, Débora Silva decidiu matar o filho, Tomás, e suicidar-se. Os cadáveres de ambos foram encontrados no banco de trás do carro da mãe, que pegou fogo à viatura. O caso aconteceu esta segunda-feira, em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, nos Açores. Esta freguesia é conhecida pela extrema pobreza de grande parte da sua população.

Não se sabe ainda se a criança já estaria morta quando o incêndio começou. Os resultados das autópsias poderão dar resposta a esta questão, mas o Jornal de Notícias avança, na edição desta quarta-feira, que é provável que a criança já estivesse morta na altura em que o carro começou a arder.

Desde a altura em que se separaram, há dois anos, o casal vivia em conflito. A separação aconteceu ainda durante a gravidez, e a mulher viveu durante dois anos com os pais, o filho e um irmão. Quando o ex-marido colocou uma ação pela custódia do filho, Débora revoltou-se e recusava aceitar a possibilidade de o pai da criança a poder ver de duas em duas semanas. De acordo com o Jornal de Notícias, até um padre da freguesia conhecia a situação, podendo ter sido avisado de que havia o risco de uma tragédia acontecer.

Imagens do carro em chamas, na altura em que chegam os bombeiros, foram registadas por um videoamador:

https://www.youtube.com/watch?v=kocIjj5ovWU

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Ribeira Grande explicou ao JN que o alerta foi dado através do 112. Com o carro envolvido em chamas, os bombeiros utilizaram espuma para extinguir o fogo, pelo que só depois de extinto o incêndio é que foi possível ver os corpos.

Em dez dias este é o segundo caso de uma mãe que se mata a si e ao filho. No dia 17 deste mês, uma mulher lançou-se de uma ponte, no rio Cávado, com o filho ao colo. A mulher acabou por sobreviver, mas o filho morreu, e o cadáver foi encontrado no dia seguinte. Na última década, foram doze os casos de crianças mortas pelos pais em Portugal.

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