Cerca de mil agentes da PSP vão receber formação do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) para que a Polícia tenha uma melhor intervenção junto das comunidades imigrantes ou ciganas, segundo o programa esta sexta-feira criado ‘Juntos Por Todos’.

O protocolo entre a PSP e o ACM para a criação do programa ‘Juntos Por Todos’ foi esta sexta-feira assinado no Ministério da Administração Interna, numa cerimónia presidida pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita.

“Estou certa de que este programa contribuirá para a prevenção da conflitualidade em comunidades multiculturais que possam ser mais vulneráveis e dar apoio a todos cidadãos”, disse Constança Urbano de Sousa, na cerimónia de assinatura do protocolo.

Para a ministra, o programa vai “reforçar os conhecimentos e as competências” do ACM e dos elementos da PSP nas temáticas que dizem respeito à diversidade cultural e ao diálogo intercultural.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O programa também simboliza os valores humanistas próprios de uma polícia moderna que, como a PSP, norteia sempre as suas opções estratégicas pelos princípios do policiamento de proximidade, complementando a sua vertente de combate à criminalidade com uma prioridade muito clara que dá à prevenção, deteção de problemas nas comunidades que serve e à resolução das suas causas”, realçou.

Também o ministro-adjunto afirmou que esta sinergia entre a PSP e o ACM vai “resultar certamente num aprofundamento da cidadania e reforço da segurança”.

“A polícia, numa posição privilegiada, permitirá garantir que a segurança é um elemento fundamental para prevenir e mediar conflitos”, disse Eduardo Cabrita, adiantando que o programa também vai facilitando “o trabalho da própria polícia no terreno”.

No final da assinatura do protocolo, o alto-comissário para as migrações, Pedro Calado, disse à agência Lusa que este protocolo “reveste-se da maior importância” na medida em que os funcionários do ACM vão ter formação sobre o funcionamento das forças de segurança e como podem apoiar as comunidades migrantes quando forem vítimas de algum tipo de situação que carece de segurança.

“Mas também é muito importante porque o ACM vai dar formação a 1000 agentes da PSP para melhor intervirem junto das comunidades, sejam elas comunidades imigrantes ou ciganas”, acrescentou.

Pedro Caiado referiu que o programa vai também permitir um trabalho de “prevenção primária junto das crianças e jovens dos contextos mais vulneráveis de alguns bairros”, nomeadamente junto dos consórcios locais do Programa Escolhas, que trabalha há muitos anos nestas comunidades.

“Este protocolo prevê o alargamento a nível nacional da presença da PSP também nesses consórcios locais, para se poder ter junto das crianças e jovens uma intervenção mais pedagógica e preventiva”, sublinhou.

Também o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, superintendente-chefe Luís Farinha, destacou à Lusa a formação que os elementos da PSP vão receber para adquirirem um melhor conhecimento das características e interações das comunidades

“Este protocolo tem como objetivo estreitar relações de cooperação com o ACM, quer em matéria de formação, quer em matéria daquilo que é o aconselhamento e relacionamento no âmbito das interações que a PSP tem com as multiplicas comunidades que serve”, afirmou.

Questionado sobre o relacionamento que existe entre a PSP e habitantes de alguns bairros mais problemáticas, Luís Farinha referiu que, “por vezes, pode ter falhas na comunicação e interação”.

No entanto, sustentou que este protocolo se insere “precisamente no reforço das capacidades e da interação dos dois lados para que esse relacionamento corra melhor”.