O diretor do Museu da Presidência, Diogo Gaspar, ficou nesta sexta-feira em liberdade mediante caução de 50 mil euros e suspenso das funções públicas que exercia atualmente, por decisão da juíza de Instrução Criminal no processo da operação “Cavaleiro”.

Segundo nota à comunicação social da Procuradoria-Geral da República, a juíza de Instrução Criminal Maria Antónia Andrade decidiu também proibir Diogo Gaspar de contactar com funcionários e entrar no Museu da Presidência, Secretaria-geral da Presidência e Palácio da Cidadela, em Cascais.

O diretor do Museu da Presidência, Diogo Gaspar, foi detido na quinta-feira por suspeita de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder, segundo a PGR.

No inquérito, refere a PGR, “investigam-se suspeitas de favorecimento de interesses de particulares e de empresas com vista à obtenção de vantagens económicas indevidas e suspeitas de solicitação de benefícios como contrapartida da promessa de exercício de influência junto de decisores públicos”. O processo visa averiguar, também, “o uso de recursos do Estado para fins particulares, a apropriação de bens móveis públicos e a elaboração de documento, no contexto funcional, desconforme à realidade e que prejudicou os interesses patrimoniais públicos”.

A Procuradoria assinala, na nota divulgada, que, no âmbito dos autos do inquérito, “foram intercetadas comunicações telefónicas nas quais intervém acidentalmente o Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa. Sobre estas comunicações,”o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça determinou a destruição imediata dos elementos relativos a essas mesmas intercerções telefónicas, por as considerar manifestamente estranhas ao processo, não tendo, por isso, qualquer relevância para a investigação”.

A investigação foi iniciada em abril de 2015. O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e o inquérito encontra-se em segredo de justiça.

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