O Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) quer até 2018 reduzir o número de estações salva-vidas de 31 para 27 e contratar 68 pessoas para tripulá-las, anunciou esta sexta-feira diretor do instituto, Paulo Sousa Costa.

A revisão do dispositivo baseou-se num estudo que, entre outros indicadores, analisou o registo histórico de acidentes dos últimos cinco anos, a partir do qual foi assinalada a necessidade de reorganizar as estações salva-vidas do país.

“Nós atualmente temos um dispositivo ao longo de todo o país de 31 estações salva-vidas, é um dispositivo antigo, que não se adequa à realidade de hoje”, resumiu Paulo Sousa Costa, sublinhando que também há falta de pessoal.

Segundo o responsável, que falava aos jornalistas no âmbito do lançamento da revisão do dispositivo nacional de estações salva-vidas, vão ser criadas novas estações e eliminadas outras, estando ainda prevista a fusão de algumas estações.

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Com um quadro de pessoal de 130 funcionários, o ISN tem atualmente apenas metade – 68 pessoas – para tripular as estações, uma vez que desde 2008 que não há contratação de pessoas.

“Nós precisamos de 130 pessoas e temos metade”, lamentou Paulo Sousa Costa, adiantando que o atual Governo permitiu a abertura de concurso para 68 pessoas, até 2018: 26 para este ano, 22 para 2017 e 20 para 2018.

Nesse sentido, está aberto um concurso para a contratação de 26 tripulantes para as estações salva-vidas, pessoas que deverão ter cartão de patrão local, apetência pelo mar e o 9.º ano unificado.

No Algarve, o estudo do ISN apontou para a necessidade de criar uma nova estação salva-vidas em Quarteira, na zona central do Algarve, para dar resposta ao aumento de tráfego gerado pela proliferação de empresas marítimo-turísticas.

“Para responder a questões de segurança teríamos que criar uma nova estação salva-vidas em Quarteira e é isso que vamos fazer, neste momento estamos em negociações com a Docapesca para termos lá instalações”, explicou.

A par da criação da estação de Quarteira, no Algarve vai ser concretizada a fusão de duas pequenas estações, existentes na Fuseta e Ilha do Farol, que serão convertidas numa única estação, a de Olhão.

Em Paço d’Arcos (Oeiras), foi entretanto eliminada a estação salva-vidas existente, para serem criadas duas novas em Lisboa e em Cascais.

“Hoje, com os novos meios que existem, não se justifica ter ali uma estação. Por outro lado, tínhamos que colmatar necessidades de salvamento que existiam no rio Tejo e eliminámos a estação de Paço d’Arcos”, observou.

No que respeita aos meios, há falta no país de quatro embarcações de grande capacidade, que deverão ser construídas pelo Arsenal do Alfeite.

As estações salva-vidas de tipo A, as maiores, têm que ter seis tripulantes, uma embarcação cabinada, uma embarcação semirrígida, uma mota de água, podendo ainda ter outra embarcação semirrígida pequena.

Nas de tipo B, basta uma tripulação de quatro homens e semirrígidos, não sendo necessária uma embarcação cabinada, pois esta precisa de pelo menos três homens para a manobrar.