O líder da bancada socialista no Parlamento Europeu, o italiano Gianni Pittella, afirmou esta sexta-feira que já transmitiu formalmente ao presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, a sua oposição à aplicação de sanções a Portugal.

“Este não é tempo para aplicar sanções nem a Portugal, nem a Espanha, nem a qualquer outro país. Depois da saída do Reino Unido da União Europeia, este tempo é para recuperar a confiança no projeto europeu”, defendeu o líder dos deputados da Aliança Progressista dos Socialista e Democratas no Parlamento Europeu.

Gianni Pittella falava aos jornalistas após ter sido recebido em audiência pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que, por sua vez, salientou a “importância” desta posição assumida pelo segundo maior grupo político no Parlamento Europeu em relação a Portugal.

Ferro Rodrigues disse depois esperar que também o maior grupo no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu (PPE), assuma idêntica posição contra a aplicação de sanções a Portugal.

No final do encontro com o presidente do parlamento português, o responsável socialista italiano referiu que também o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz está contra a aplicação de sanções a Portugal, e elogiou o Governo português “pelo esforço que está a fazer para baixar o défice para menos de 3%” e pelo “empenhamento na questão dos refugiados”.

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“Portugueses e italianos são povos emigrantes e, por isso, sabem bem a importância do acolhimento, sobretudo daqueles que fogem da guerra”, declarou.

Já o presidente da Assembleia da República defendeu que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia “deve ser respeitada” pelos restantes Estados-membros e caraterizou este país como “uma grande potência económica e militar”.

“Neste contexto, quero assegurar que o parlamento estará no centro da reflexão nacional sobre os assuntos europeus e que merecerá sempre a maior atenção da Assembleia da República o respeito pelos nossos interesses e, em particular, pelos direitos dos portugueses residentes no Reino Unido. O chamado ‘Brexit’ está a ser debatido e vai ser acompanhado de várias formas em todos os parlamentos da Europa. Estamos atentos”, salientou o presidente da Assembleia da República.

Questionado sobre as acusações de que foi alvo por parte do vice-presidente da bancada do PSD Carlos Abreu Amorim, depois de ter recusado a admissão do projeto de deliberação do PSD e CDS-PP para a realização de auditorias à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Banif, Ferro Rodrigues respondeu: “Não ouvi essas declarações, porque, como aconteceu com a generalidade dos portugueses, estive a ver o jogo de futebol entre Portugal e a Polónia”, disse.