Para o presidente da TAP, Fernando Pinto, o lançamento do Portugal Stopover — um programa que quer cativar passageiros de longo curso a fazerem escala em Portugal e a ficarem entre um a três dias no país — é um bom ponto de partida. Mas “vem muito mais por aí”. A companhia aérea tem vindo a “renovar-se dia após dia e tem um plano de renovação integral”. Objetivo? “Atingir rapidamente melhores resultados” e continuar a contribuir “para a promoção de Portugal como destino turístico de excelência e para a economia nacional.”

O presidente da companhia aérea sublinhou que o setor do turismo “é estratégico, é o grande motor que hoje impulsiona a economia portuguesa e é uma grande aposta da TAP e do nosso país”. E afirmou que, apesar das metas do Portugal Stopover — trazer 150.000 turistas ao país em 2017, 300.000 em 2018 e contribuir com 150 milhões de euros para a economia nacional — serem “ambiciosas”, o programa conta com 150 parceiros e essa “união” fá-lo acreditar no sucesso.

O Portugal Stopover vai facilitar e incentivar a permanência nas nossas terras dos passageiros que muitas vezes tinham pura e simplesmente a intenção de prosseguir para outros destinos”, afirmou o presidente da TAP.

Segundo Fernando Pinto, só em 2017 estima-se que 27 milhões de norte-americanos viagem para a Europa. Pelo que este “é o momento certo” para a companhia cativar turistas vindos desse país, mas também vindos “dos outros mercados tradicionais da TAP, como o Brasil, África e diversos países da Europa”. A intenção da empresa é “criar um novo eixo atlântico preferencial nas ligações entre esses três continentes, que estão interligados pela nossa empresa”.

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Queremos transportar os turistas e recebê-los com os nossos melhores produtos: tanto os que temos na nossa terra, como o que oferecemos para as suas viagens. A união faz a força e este é o exemplo disso mesmo”, afirmou Fernando Pinto, referindo-se aos 150 parceiros que se aliaram à TAP para o Portugal Stopover, nos quais se incluem lojas, hotéis e restaurantes portugueses, além de entidades como o Turismo de Portugal, o Booking.com e o El Corte Inglés, por exemplo.

Ministro da Economia: Portugal Stopover “é um exemplo de como queremos trabalhar o turismo”

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, esteve na apresentação do novo projeto da TAP e sublinhou que o Portugal Stopover “é um exemplo” de como o Governo quer trabalhar o turismo. E é um exemplo porque é um projeto inovador — “e a inovação não é obrigatoriamente inventar algo que traga novas patentes ao país, é inovar fazendo diferente” — e, ao mesmo tempo, resulta de uma colaboração entre entidades públicas e privadas.

É um exemplo que tem muito a ver com a forma como estamos a trabalhar. Inspiramo-nos bastante na forma de trabalhar da Câmara Municipal de Lisboa, que passa por trabalhar com todos, com as associações de turismo, com as 150 empresas que se juntaram a este projeto, com a TAP, com o Turismo de Portugal”, apontou.

O ministro da Economia sublinhou ainda a importância de incluir “as câmaras e o poder local” nas parcerias para o desenvolvimento do turismo no país, porque é com elas que se faz “turismo de qualidade”. E explicou que a capacidade de várias entidades juntarem esforços e apresentarem projetos inovadores é o que permite “fazer mais com menos recursos”.

[O programa] insere-se nas nossas estratégias: queremos que as pessoas fiquem mais tempo, que venham em épocas diferentes. E queremos aumentar as receitas por turista, valorizando o destino Portugal”, disse o governante, destacando ainda que os Estados Unidos são “um dos três maiores mercados emissores do mundo” no setor turístico e que os turistas norte-americanos “têm um nível de gastos do mais elevado do mundo.”

“Não podemos ficar a dormir”, diz Fernando Medina

Os clientes de longo curso do Portugal Stopover vão poder fazer uma viagem gratuita até aos aeroportos da Portela (Lisboa) ou Francisco Sá Carneiro (Porto), no decurso da sua viagem, e prolongar a escala até três dias. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa e da Associação de Turismo de Lisboa, Fernando Medina, esteve presente no lançamento do projeto. Ao contrário de Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, que não marcou presença.

O autarca afirmou que “Lisboa, hoje, é um produto particularmente procurado” pelos turistas e que, no setor do turismo, “as coisas têm estado a correr bem em Lisboa no país”. Mas há um erro que não se pode cometer: “Achar que, por tudo estar a correr bem, não precisamos de fazer nada”. Pelo contrário, disse: “Precisamos de fazer mais e melhor. Precisamos de continuar a investir na cidade, na sua renovação e manutenção, na melhoria da qualidade dos serviços prestados, na melhoria dos serviços que o setor hoteleiro presta, na melhoria da restauração”. Em suma, “na capacidade de inovar e introduzir novidade num destino, preservando a sua autenticidade”.

Não podemos ficar a dormir. É preciso investir na qualificação da oferta, inovar permanentemente, não perdendo aquilo que é o nosso maior ativo: a autenticidade. Lisboa é uma cidade única: encontra-se aqui o que não se encontra em lugar nenhum”, defendeu o autarca.

A coolness de Lisboa, enquanto destino turístico, não deve ser vista com uma moda, afirmou o presidente da CML. Porque existem “fundadas razões” para acreditar que não o é e porque “pensarmos que estamos perante uma circunstância passageira é não vermos que tudo está nas nossas mãos para prosseguirmos com os resultados que temos conseguido”. Fernando Medina lembrou ainda que é importante não se descurar “que os turistas cheguem a Portugal, a Lisboa. Temos de ter cuidado e atenção às oportunidades que temos pela frente e os riscos que não podemos correr. É por isso que vemos com agrado a solução e a estabilização da TAP como companhia central para o desenvolvimento do turismo na cidade de Lisboa”, disse.

Este é um excelente programa que vai ajudar a cidade de Lisboa, que vai ajudar o país e que merece o nosso agradecimento e reconhecimento. É uma forte parceria entre todos os representantes públicos e privados”, conclui Medina.

Além de Fernando Pinto, Manuel Caldeira Cabral e Fernando Medina, a apresentação do Portugal Stopover contou ainda com a presença dos secretários de Estado das Infraestruturas e do Turismo, Guilherme de Oliveira Martins e Ana Mendes Godinho (respetivamente), de Humberto Pedrosa (do grupo Barraqueiro) e de David Neeleman, responsáveis pelo consórcio Atlantic Gateway, que detém 45% das ações da transportadora aérea.