A expressão canícula refere-se a dias muito quentes. Na origem a palavra devia ser só usada para os dias mais quentes do ano, mas é frequentemente utilizada para descrever qualquer dia muito quente. Mas o vocábulo vem da Grécia antiga e deve-se a uma constelação, explica a National Geographic.

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A época de canícula depende da posição da estrela Sirius, que faz parte da constelação Canis Major (Cão Maior). Os Gregos e os Romanos acreditavam que os dias mais quentes começavam na altura em que a estrela Sirius aparecia mesmo antes do nascer do sol, em finais de julho. Este fenómeno astronómico fazia antever dias de temperatura muito alta — os mais quentes do ano — que traziam febre e catástrofes.

Mas a estrela não serve de indicador para os dias mais quentes do ano por várias razões.

A primeira é geográfica. Embora julho e agosto sejam de facto os meses mais quentes no hemisfério norte, o mesmo não é verdade para o hemisfério sul. No mesmo hemisfério, a diferentes latitudes, a estrela é visível em diferentes épocas do ano. Em Atenas, a estrela vai aparecer em meados de agosto este ano, mas mais a sul será mais cedo e a norte mais tarde.

As estrelas mudam de posição independentemente da época do ano. Isto porque a rotação da Terra provoca uma oscilação que leva a que a posição dos astros em relação à Terra mude. Esse fenómeno faz com que o céu se mova cerca de um grau a cada 50 anos, aproximadamente, explica Larry Ciupik, astrónomo do Adler Planetarium.

Por estas razões, os dias de canícula da Grécia antiga não correspondem aos de hoje em dia. Daqui a alguns milénios (cerca de 13.000 anos) este fenómeno nem sequer vai acontecer no verão.

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