O PSOE decidiu este sábado que será oposição e que não irá ajudar o PP na formação do governo espanhol, recusando a criação de uma “grande coligação” e votando contra a investidura de Mariano Rajoy como presidente do novo executivo.

O Comité Federal do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) decidiu noo sábado, em Madrid, “por unanimidade dizer não” à proposta de Mariano Rajoy de formar uma grande coligação. “Somos e seremos a oposição, mas seremos muito mais do que isso, somos a alternativa. Essa é a chave e, por isso, votaremos contra Rajoy”, resumiu Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE.

O órgão máximo decisório dos socialistas entre congressos foi hoje chamado a pronunciar-se sobre a estratégia que o partido deve assumir face aos esforços de formação de governo de Mariano Rajoy, presidente do executivo de gestão e líder do PP (Partido Popular, de direita) que ganhou as eleições, de 26 de junho, com 137 deputados (33%) dos 350 do Congresso de Deputados.

O PSOE assume-se, assim, como uma “oposição responsável” e a alternativa ao governo que Mariano Rajoy gostaria que fosse investido antes do fim de julho.

A posição do PSOE vai contra a defendida esta semana pelo líder histórico do PSOE e ex-presidente do Governo espanhol, Felipe Gonzalez, que pediu aos socialistas que recusassem uma grande coligação, mas que aceitem negociar com o PP e que não fossem um obstáculo à formação do novo governo, sugerindo uma abstenção que permitisse um executivo minoritário.

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Rajoy indicou logo a seguir às eleições de 26 de junho que gostaria de formar uma “grande coligação” com os socialistas, com “com sólido apoio governamental”, sem, no entanto, afastar a possibilidade de governar em minoria e “com pactos pontuais”.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho, com 137 deputados, mais 14 que nas legislativas de dezembro, mas longe dos 176 mandatos que dão a maioria absoluta no congresso espanhol.

O PSOE ficou em segundo lugar, com 85 assentos (90 em dezembro), enquanto a aliança de esquerda Unidos Podemos, que as sondagens colocavam em segundo lugar, ficou em terceiro e elegeu 71 deputados, com o Ciudadanos a conseguir 32 assentos.

Os membros das novas Cortes espanholas (Congresso de Deputados e Senado) tomam posse a 19 de julho.

Poucos dias depois da constituição das duas câmaras, mas sem prazo definido, o rei de Espanha, Filipe VI, iniciará as consultas com os partidos para, em seguida, fazer uma proposta de candidato a assumir a presidência do governo.