A 8 de julho, Micah Johnson matou cinco polícias em Dallas, nos Estados Unidos da América, e feriu outros sete. Tinha 25 anos, era um ex-soldado afro-americano e protestava contra a violência policial racial no país, um dos temas quentes da agenda política norte-americana. Na terça-feira, vários líderes e personalidades uniram-se numa cerimónia de homenagem às vítimas e o ex-presidente George W. Bush, de mão dada com Michelle Obama e a mulher Laura, resolveu… dançar.

Nas redes sociais, as reações não se fizeram esperar. As críticas ao comportamento de Bush – que dançou e sorriu – com a mulher Laura de um lado e a primeira-dama norte-americana do outro – chegaram, sobretudo, pelo Twitter, onde vários utilizadores questionaram o porquê de o ex-líder do país ter começado a dançar numa cerimónia fúnebre, quando o tema da discriminação racial e da violência policial está na ordem do dia.

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Na origem do tiroteio de Dallas, esteve um protesto do movimento Black Lives Matter, que teve início em 2013, depois da morte de Trayvon Martin. O adolescente de 17 anos estava desarmado e foi morto por um antigo vigilante de bairro, na Florida, a 26 de fevereiro de 2012, com uma Kel-Tec PF-9 de nove milímetros. O tribunal acabou por aceitar a tese de legítima defesa de Zimmerman e absolveu o autor do disparo.

A hashtag #blacklivesmatter começou a ser utilizada nas redes sociais desde então como forma de luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos. Foram várias as celebridades que se juntaram à causa. A revista Time tentou fazer justiça ao tema com uma capa que pôs a violência contra afro-americanos na agenda.

Entretanto, a imagem de Leisha Evans, numa manifestação Black Lives Matter em Baton Rouge, no Lousiana, é já considerada um símbolo do movimento. O protesto ocorreu dias depois da morte do afro-americano Alton Sterling, de 37 anos, que foi atingido a tiro pela polícia.