O supergrupo Temple of the Dog vai fazer uma digressão com cinco concertos nos Estados Unidos, em novembro deste ano. Seria banal, não fosse esta a primeira digressão de sempre da banda formada em 1990 pelos quatro músicos de Pearl Jam (sem Eddie Vedder) e com Chris Cornell na voz. O grupo só editou um disco, homónimo, em 1991, antes de se dissolver. É um dos trabalhos chave da história do grunge.

Os Temple of the Dog nasceram de uma desgraça — que haveria de levar também ao nascimento dos Pearl Jam: a morte de Andrew Wood, vocalista dos Mother Love Bone, vítima de uma overdose de heroína. Chocado, o amigo Chris Cornell, à época já vocalista dos Soundgarden, compôs algumas canções em sua memória e decidiu mostrá-las a outros dois músicos de Mother Love Bone, Jeff Ament e Stone Gossard. Dali nasceu a vontade de editar um disco, para o qual foi convidado o guitarrista Mike McCready e Matt Cameron. Hoje em dia, todos músicos de Pearl Jam.

A 16 de abril de 1991, Temple of the Dog chegava às lojas, com direito a colaboração do desconhecido Eddie Vedder no single “Hunger Strike”. Mas só em 1992, com a explosão mundial do grunge, é que as vendas do disco dispararam, tendo entrado mesmo no top 100 de álbuns mais vendidos do ano. A banda, essa, foi de duração curta e nunca chegou a fazer digressões. Até agora.

Os concertos foram anunciados por Chris Cornell e também nas páginas oficiais de Pearl Jam e Temple of the Dog. “Quisemos fazer a única coisa que nunca tivemos oportunidade de fazer… Tocar concertos e ver o que sentimos enquanto banda da qual nos afastamos há 25 anos”, disse a voz dos Soundgarden, em comunicado. Os bilhetes para os concertos em Philadelphia, Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles e Seattle, que vão acontecer entre 4 e 20 de novembro, começam a ser vendidos a 29 de julho para o público em geral. Por parte dos fãs a corrida já começou, na pré-venda exclusiva.

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Já era possível ouvir ao vivo canções como “Hunger Strike” ou “Say Hello to Heaven”, quer tocadas pelos Pearl Jam, quer nas digressões a solo de Chris Cornell. Em 2011, Chris Cornell também se juntou em palco aos Pearl Jam para, juntos, tocarem três canções. Agora, o público vai poder ver como soam músicas como “Reach Down”, Times of Trouble” ou “Wooden Jesus” tocadas pelos Temple of the Dog, 25 anos depois.

E não só. É que, em maio deste ano, o vocalista dos Soundgarden anunciou a vitória numa batalha legal que se arrastou ao longo de vários anos: a recuperação das cassetes originais de gravação do único disco dos Temple of the Dog, que estavam na posse de Rajan Parashar, fundador dos London Bridge Studios. Algum do material deverá ser editado no futuro, pelo que nunca se sabe se não haverá sons do fundo do baú a serem testado nos concertos.