O diretor geral da multinacional alimentar Nestlé, Paul Buckle, defendeu esta quarta-feira a necessidade de reduzir para menos de metade o desperdício de comida, que cada ano custa 940.000 milhões de dólares aos consumidores, agricultores e à indústria alimentar.

Num artigo coassinado com o presidente do Instituto de Recursos Mundiais (WRI, na sigla em inglês), Andrew Steer, Buckle recorda que um terço dos alimentos acabam no lixo, um problema que acredita que pode ter uma solução mediante as diretrizes globais que ajudam a indústria e os governos a medir a sua perda alimentar.

Cerca de 400 empresas do setor acordaram no ano passado reduzir o desperdício de comida para metade dentro da sua cadeia alimentar até 2025.

No ponto de vista de Paul Buckle, reduzir o desperdício de comida não só é benéfico para as empresas, na medida em que aproveitam melhor os seus recursos, mas também tem um impacto positivo para a sociedade.

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“É chocante que mais de 800 milhões de pessoas — uma em cada nove no mundo – estejam mal nutridas, e que 1.000 milhões de toneladas de comida produzidas para o consumo se desperdicem”, lamentou o executivo.

“As perdas não acabam aí: a produção dessa comida desperdiçada consome 24% de toda a água destinada à agricultura e é responsável por 8% do total de emissões de gases com efeito de estufa”, assegurou Buckle.

Um total de 193 países comprometeram-se a reduzir o desperdício de alimentos para metade nesse mesmo ano, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento para 2030 da ONU.

Buckle acrescentou que se é possível “conseguir que mais comida chegue às pessoas, isso melhorará a sua nutrição e a sua saúde, enquanto se reduzirá a pressão sobre os recursos naturais”.

“É uma pena que se perca tanta comida. Com colaboração e compromisso, podemos inverter a tendência. Aqueles que meçam os seus desperdícios poderão manuseá-los melhor”, conclui Buckle no artigo.