Quando se entra no Museu Calouste Gulbenkian, lê-se um texto de Calouste Sarkis Gulbenkian gravado na parede com a data de 10 de fevereiro de 1953 que é uma chamada de atenção para tudo o que vemos no interior da Fundação:

Tenho plena consciência de que é tempo de tomar uma decisão sobre o futuro das minhas obras de arte. Posso dizer sem receio de exagero que as considero como “filhas” e que o seu bem-estar é uma das preocupações que me dominam. Representam 50 ou 60 anos da minha vida, ao longo dos quais as reuni, por vezes com inúmeras dificuldades, mas sempre e exclusivamente guiado pelo meu gosto pessoal. É certo que, como todos os colecionadores, procurei aconselhar-me. Mas sinto que elas são minhas de alma e coração.”

Esta quarta-feira, a Fundação celebra 60 anos e o Observador reuniu algumas das obras que podem ser vistas na instituição. Há mais de seis décadas, eram adoradas pelo fundador. Hoje, o efeito estende-se aos visitantes, entre as tours guiadas, as exposições permanentes e as temporárias.

A arte encontra-se dividida entre o Museu — coleção que Calouste Gulbenkian reuniu desde o século XIX até 1953 — e o Centro de Arte Moderna — coleção de arte reunida após a morte do fundador. Da primeira, o Observador apresenta 40 obras de arte; da segunda, 20 peças.

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Segundo Rosa Figueiredo, conservadora do Museu, uma das medidas da direção do Museu Gulbenkian será estabelecer diálogos entre os dois espólios. O objetivo final é que os visitantes da Fundação Calouste Gulbenkian não explorem apenas um dos sítios, mas ambos.

[Veja aqui 40 tesouros do Museu]

40 fotos

[Veja aqui 20 tesouros do Centro de Arte Moderna]

20 fotos

Depois de receber convites de vários museus em todo o mundo, Calouste Gulbenkian decidiu que não deveria separar a coleção de arte por vários locais. Depois de visitar Portugal, percebeu que poderia encontrar um lugar para o efeito. Um ano após a sua morte, começou a ser erguida a Fundação, segundo a vontade que expressava no testamento. Na Avenida da Berna, em Lisboa, estão reunidas todas as suas “filhas”, como apelidava as obras de arte.

Esta quarta-feira, dia do 60.º aniversário da Gulbenkian, as visitas são gratuitas.