A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul que organizou esta quinta-feira um buzinão pela isenção das portagens na ponte 25 de Abril em agosto lamenta a falta de diálogo do Governo e promete novas ações de protesto.

“Isto deve ter impacto na Assembleia da República. Com certeza que os deputados não são cegos nem surdos, sobretudo os eleitos pelo distrito de Setúbal deviam também tomar posição”, disse à Lusa Luísa Ramos, da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul, que vai agora analisar futuras “ações de protesto” contra o pagamento de portagens naquela ponte.

O buzinão de protesto pela reposição da isenção das portagens na ponte 25 de Abril durante o mês de agosto prolongou-se durante quase três horas, tal como previsto pelos organizadores, que colocaram cartazes a apelar ao protesto nos pontos de acesso à praça das portagens, em Almada.

Os automobilistas, sobretudo os que circulavam no sentido sul-norte, aderiram ao protesto buzinando desde a passagem sob o viaduto do Pragal até ao tabuleiro da ponte, sem que se tivessem registado incidentes.

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“Correu muito bem. Aliás, estava previsto para as 08:00 mas os automobilistas mal nos viram por aqui começaram logo a buzinar. Pensamos que atingimos ou ultrapassamos os objetivos”, referiu a responsável pela comissão, que lamentou a falta de diálogo por parte do Governo sobre a questão das portagens, nomeadamente sobre a isenção do pagamento durante o mês de agosto.

“Nós mandamos um ofício a sugerir a medida, mas o ministro não se dignou a responder”, lamentou, acrescentando que esta quinta-feira, pelo menos, o barulho das buzinas vai ser ouvido pelo responsável pelo Ministério do Planeamento e das Infra Estruturas, Pedro Marques.

Segundo Luísa Ramos, a questão das portagens nas pontes 25 de abril e Vasco da Gama “é grave”, afeta milhares de cidadãos e deve ser reequacionada com urgência pelo atual Executivo.

“Somos os únicos portugueses que pagam portagens para passar um rio. Por outro lado, estamos numa regiã1o muito mal servida de transportes públicos. Os TST são uma desgraça: cortam carreiras e não cumprem horários, a Fertagus e o Metro Sul do Tejo estão fora do sistema do passe social intermodal o que faz com que as pessoas fiquem cada vez mais do carro para cumprirem o direito à mobilidade”, comentou a manifestante.

Para a Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul, o primeiro passo devia ser a precisamente a reposição da isenção em agosto, que foi retirada pelo anterior governo (PSP/CDS), em 2011.