O embaixador da Guiné Equatorial junto da CPLP afirmou esta quinta-feira que Portugal é uma prioridade para este país africano, que se afirma empenhado em reforçar a cooperação com Lisboa e convida os empresários portugueses a investirem na agricultura e pescas.

“Portugal é uma das prioridades da Guiné Equatorial”, disse à Lusa Tito Mba Ada, representante da missão permanente da Guiné Equatorial junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), numa entrevista a propósito da adesão deste país à organização, há dois anos.

Lisboa e Malabo têm um acordo de cooperação assinado e estão a trabalhar, “agora mesmo”, para preparar uma comissão mista que permita prosseguir com a cooperação que já funciona e incluir “novas formas de cooperação, conforme as prioridades de ambas as partes”, disse o embaixador.

Atualmente, a cooperação entre os dois países foca-se na educação e na promoção da língua portuguesa.

Mas, sublinhou Tito Mba Ada, “a cooperação económica também é muito importante”, exemplificando as “muitas vantagens de Portugal na indústria, e pode ser útil a transferência de tecnologia e instalação de indústrias”.

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O diplomata destacou que “um dos países que beneficia hoje com a interação com a Guiné Equatorial é Portugal”, recordando que “são vários os portugueses” que ali trabalham e que há cada vez mais missões empresariais a este país.

Terceiro maior produtor de petróleo em África, a Guiné Equatorial tem consciência que esta matéria “é um produto não permanente, mas ajudou o país a arrancar” e agora tem “muito interesse na diversificação económica”.

“Vamos diversificar a economia e precisamos de desenvolver a área agroalimentar. Temos boa terra e precisamos de desenvolver essa área em toda a sua extensão. Também temos mar, é uma área que Portugal conhece muito e tem boa experiência. Queremos desenvolver o setor de pescas, de conservas, dos derivados do mar”, relatou.

“Convidamos os empresários portugueses a investir na Guiné Equatorial”, disse o embaixador, salientando que o seu país é “interessante para fazer negócios e ganhar e dá segurança ao investidor”.

Pela sua situação estratégica, a Guiné Equatorial “pode ser um centro de serviços e de negócios”, afirmou, apontando que é “um dos únicos países do mundo que tem relações com três idiomas latinos” – espanhol, francês e português são as três línguas oficiais – e, portanto, “vantagens de relacionamento” com todos os países com estes idiomas.

Outra área que a Guiné Equatorial quer acentuar é a do turismo e, para isso, tem dado “passos firmes”, com a construção de estradas, hospitais, hotéis e boas ligações aéreas.

A Guiné Equatorial tornou-se membro de pleno direito da CPLP na cimeira de Díli, a 23 de julho de 2014, “depois de um minucioso processo de adesão”, como refere a organização na sua página na Internet, em que foi traçado um “roteiro” que previa, entre outros, a abolição da pena de morte e a disseminação do português, declarada como terceira língua oficial.