O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) revelou neste domingo que a decisão de entregar às federações internacionais das diversas modalidades a decisão de aceitar ou excluir atletas russos nos Jogos Olímpicos Rio2016 foi tomada por larga maioria. “A decisão foi tomada praticamente por unanimidade, com apenas uma abstenção”, disse Thomas Bach, assinalando que o COI “poderia ter excluído toda a seleção da Rússia”, mas isso não faria justiça aos atletas russos que não utilizaram substâncias dopantes.

O presidente do COI reconheceu que a decisão de deixar a participação dos atletas russos nas mãos das respetivas federações internacionais “não vai agradar a todos” e admitiu que o prazo para a sua aplicação “é muito ambicioso”, a menos de duas semanas do início dos Jogos, a 05 de agosto.

Cada federação deverá avaliar individualmente mais de 300 atletas russos designados para participar no Rio2016, antes submeter a sua avaliação a um especialista do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), tendo depois o COI a palavra final.

A decisão contrária à exclusão total dos atletas russos foi tomada depois de a comissão executiva do COI ter analisado um relatório divulgado na passada segunda-feira pela Agência Mundial Antidopagem (AMA), segundo o qual o Governo russo dirigiu um programa de dopagem no desporto com apoio estatal, com participação ativa do ministro do Desporto e dos serviços secretos.

Na passada quarta-feira, o Comité Olímpico Russo (COR) anunciou a lista de 387 atletas de 30 modalidades selecionados para o Rio2016, que incluía os 68 cujo recurso foi rejeitado pelo TAS, quanto à exclusão coletiva imposta pela Associação de Federações Internacionais de Atletismo (IAAF), por violações ao código antidopagem e à carta olímpica.

A Rússia, segunda potência mundial do atletismo, atrás dos Estados Unidos, foi suspensa em novembro de 2015 após um ‘demolidor’ relatório independente da AMA, que denunciava um esquema de doping institucionalizado no país.

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