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  • Mais uma vez, o meu agradecimento a todos os leitores do Observador por mais esta noitada. Espero que as quantidades anormais de café que o fizeram aguentar até aqui não o atrapalhem agora que chegou a hora de poder descansar sem perder pitada.

    Por falar disso, fica aqui o aviso do costume: amanhã há mais, novamente às 21h30. O que é que interessa amanhã? Nem vale a pena dizer outro nome: Hillary Clinton. É amanhã que vai fazer o discurso mais importante da sua vida, para aceitar a nomeação do Partido Democrata e para deixar a sua visão para o futuro.

    Vai valer a pena. E, por isso, estou certo de que nos vemos amanhã, mais uma vez. Ate lá, tenha um bom dia!

  • E é com esta que vos deixo neste liveblog do terceiro e penúltimo dia da Convenção do Partido Democrata. Este foi possivelmente o dia mais forte até agora, com testemunhos emotivos de familiares de vítimas de violência com armas e com o discurso do atual vice-Presidente, Joe Biden, e o homem que quer seguir-lhe as pisadas, Tim Kaine. E, claro, o discurso de Barack Obama, onde o Presidente dos EUA tentou dizer que a América não deixou de ser grandiosa, como Donald Trump tanto insiste, e que Hillary Clinton é “a escolha óbvia” para liderar o país.

  • Barack Obama fez mesmo de tudo para passar o testemunho a Hillary Clinton: elogiou-a profundamente, descrevendo-a como a pessoa mais qualificada de sempre a concorrer à presidência e rejeitando a ideia de Donald Trump ser o “salvador auto-declarado” dos EUA.

    Até porque fez questão de dizer que os EUA não precisam de ser salvos, naquilo que foi uma longa defesa dos oito anos que deixa para trás.

  • E assim terminou o discurso de Barack Obama, que agora recebeu Hillary Clinton no palco, naquela que é a sua primeira presença física na Convenção do Partido Democrata

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  • “Várias vezes, vocês levantaram-me — e eu espero que algumas vezes eu também vos tenha levantado. E hoje, eu peço-vos que façam pela Hillary Clinton aquilo que fizeram por mim. Eu peço-vos que a levem da mesma maneira como me levaram a mim. Porque era de vocês que eu falava há 12 anos quando falava de esperança. Foram vocês que alimentaram a minha fé inquebrável no nosso futuro, mesmo quando as chances não eram ótimas, mesmo quando a estrada era longa. Esperança no lugar da dificuldade. Esperança no lugar na incerteza. A audácia da esperança! América, vocês vingaram essa esperança. E agora eu estou pronto para passar o testemunho e fazer a minha parte enquanto um cidadão privado. Este ano e nesta eleição eu peço-vos que se juntem a mim para rejeitar o cinismo e rejeitar medo e para evidenciar o que é melhor em nós, para eleger HIllary Clinton como a próxima Presidente dos EUA e para mostrar ao mundo que ainda acreditamos na promessa desta nação.”

  • É cada americano que acreditou que podemos melhorar este país. Tantos de vós que nunca estiveram envolvidos na política que pegaram em telefones, foram para as ruas e usaram a internet de maneiras incríveis que eu não conhecia mas que fizeram que a mudança acontecesse. Vocês são os melhores organizadores neste planeta e eu estou tão orgulhoso por todas as mudanças que vocês tornaram possíveis.”

  • “E é por isso que eu tenho confiança em que, quando sair deste palco esta noite, o Partido Democrata fica em boas mãos. O meu tempo no poder não chegou para tratar de tudo. Por mais que tenhamos feito, há tanto que eu queria ter feito. Mas, de todas as lições duras que eu tive de aprender, em todos os sítios onde eu estive aquém, eu disse à Hillary, e eu digo o que me fez levantar em cada ocasião: foram vocês. O povo americano. É a carta que tenho na minha parede que quase perdeu tudo duas vezes para o cancro mas que me instou a continuar a lutar pela reforma na saúde mesmo quando a batalha parecia estar perdida. Não desista. É a pintura que eu guardo no meu escritório privado, uma coruja de olhos grnde verdes e asas azuis, feita por uma rapariga de sete anos que nos foi retirada em Newtown e que me foi dada pelos seus pais, para que eu nunca me esquecesse. Um lembrete de todos os pais que transformaram a sua tristeza em ação. É o líder de um pequeno negócio no Colorado que cortou a maior parte do seu salário para que não tivesse de despedir nenhum dos seus trabalhadores na recessão porque ele disse que isso ‘não seria o espírito da América’. É o conservador no Texas que disse que ele discorda de mim em tudo, mas que apreciou que, como ele, eu tentei ser um bom pai. É a coragem do jovem soldado do Arizona que quase morreu no campo de batalha no Afeganistão, mas que voltou a aprender a falar e a andar e que no início deste ano entrou na Sala Oval, por si só, para fazer uma continência e apertar a minha mão.”

  • “A América tem mudado ao longo dos anos. Mas estes valores que os meus avós me ensinaram não foram a lado nenhum. Eles estão tão fortes como sempre. Ainda não são partilhados por pessoas de todos os partidos, todas as raças, todas as religiões. Eles vivem em cada um de nós. O que nos torna americanos. o que nos torna patriotas, é o que está aqui dentro [aponta para o coração]. É isso que interessa.E é por isso que nós podemos pegar na comida, na música e nas festviidades dos outros países e juntá-las em algo que é unicamente nosso. É por isso que podemos atrair empreendedores de todo o mundo para criarem novas fábricas e indústrias aqui. É por isso que o nosso exército pode ter a aparência que tem: todas as cores da humanidade unidas num serviço. Por isso é que quem ameaçar os nossos valores, sejam fascistas, comunistas, jiadistas ou demagogos que surgem de dentro, falham sempre no final. Isso é a América. Isso é a América! Esses laços de afeto, essa crença comum. Nós não temos medo do futuro, não moldamos o futuro.”

  • “É isso mesmo, feel the Bern!”, diz Barack Obama, enunciando um dos slogans da campanha de Bernie Sanders.

  • “Isto da democracia pode ser frustrante. Acreditem, eu sei que sim. A Hillary também sabe. Quando o outro lado se recusa a fazer compromissos, o progresso fica encravado. As pessoas são prejudicadas pelo impasse. Os apoiantes ficam impacientes e desconfiados de que não estamos a tentar o suficiente ou que talvez nos vendemos. Mas eu prometo: quando mantemos a nossa vontade, quando mudamos as ideias a pessoas suficientes, quando mudamos os votos necessários, o progresso acontece. Se duvidam isso, então perguntem os 20 milhões de pessoas que agora têm um seguro de saúde. Perguntem ao fuzileiro que serviu sem esconder o marido que ele ama. A democracia funciona, América. Mas nós temos de querê-la. Não é só nos anos de eleições, mas em todos os dias que estão pelo meio. Por isso, se concordam que há muita desigualdade na economia e demasiado dinheiro na nossa política, nós todos temos de ser tão organizados e persistentes como os apoiantes de Bernie Sanders têm sido este ano. Temos todos de ir votar no Partido Democrata em todos os boletins [para Presidente, Senado, etc] e depois exigir-lhe responsabilidades.”

  • “Ele está a apostado em que se ele amedrontar um bom número de pessoas, talvez consiga vencer estas eleições. E essa é outra aposta que Donald Trump vai perder. E é porque está a enganar o povo americano. Nós não somos um povo frágil, não somos um povo assustadiço. O nosso poder não vem de um auto-declarado salvador que vai restaurar a lei e a ordem se as coisas forem feitas à sua maneira. Nós não estamos à procura de sermos governados. O nosso poder vem daquelas declarações imortais escritas em papel pela primeira vez aqui em Philadelphia há tantos anos. Nós temos essas palavras como evidentes, de que ‘todos os homens são criados de forma igual’ e que ‘nós, o povo’, podemos criar uma união mais perfeita. É assim que nós somos. É esse o nosso direito à nascença: a capacidade de moldarmos o nosso destino.”

  • “A América já é grandiosa. A América já é forte. E eu prometo-vos que a nossa força, a nossa grandiosidade não depende de Donald Trump. Na verdade, não dependem de nenhuma pessoa. E isso talvez seja a maior diferença desta eleição: o significado da nossa democracia. Ronald Reagan disse que a América era uma cidade brilhante no topo de uma colina. Donald Trump diz que é um zona de crime dividida que só ele pode melhorar. Não importa que a imigração ilegal ou a taxa de crime seja a mais baixa das últimas décadas, porque ele não oferece soluções para esses problemas. Ele só oferece slogans. Ele só oferece medo.”

  • “Tenho de dizer-vos isto: as pessoas fora dos EUA não estão a conseguir entender estas eleições. Porque eles viram a Hillary, viram o trabalho dela. Ela trabalhou de perto com os nossos serviços de informação, os nossos diplomatas, os nossos militares. Ela tem a experiência e o temperamento para lidar com a ameaça do terrorismo. Não é uma novidade para ela. As nossas tropas dão duro no EI sem misericórdia, tiram-lhes os líderes e territórios e eu sei que a Hillary não vai desistir até que o EI seja destruído. Ela vai acabar esse trabalho. E ela vai fazer isso sem se entregar à tortura ou sem banir religiões inteiras do nosso país. Ela está pronta para ser a nossa próxima comandante-chefe.”

  • "O Donald não é um tipo de fazer planos. E também não é um tipo dado a factos"

    “O Donald não é um tipo de fazer planos. E também não é um tipo dado a factos. Ele diz que é um empresário, o que é verdade, mas eu posso dizer que conheço muito mais empresários e empresárias que chegaram ao sucesso sem terem deixado para trás um caminho de processos em tribunal, trabalhadores sem salários e pessoas que saíram a achar que foram enganadas. Será que alguém acredita que um tipo que gastou os seus 70 anos nesta terra a não mostrar qualquer tipo de respeito por trabalhadores de repente vai ser o vosso defensor, a vossa voz? Se acham isso, então votem nele. Mas se são alguém que está mesmo preocupada em pagar as suas contas, com o seu bolso e que quer ver a oportunidade a crescer e a criar mais oportunidades para toda a gente, então a escolha nem sequer é difícil. Se querem alguém com um historial de vida a lutar por salários mais altos e mais benefícios, um código fiscal mais justo, uma voz mais alta para os trabalhadores e uma regulação mais apertada para Wall Street, então deviam votar em Hillary Clinton.”

  • "Não façam 'buuu'... Votem!"

    Barack Obama acaba de dizer o nome de Donald Trump, ao qual a plateia reagiu com um “buuuu”. Obama disse: “Não façam ‘buuu’… Votem!”.

  • "Espero que não te importes, Bill, estou só a dizer a verdade, pá..."

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    “Espero que não te importes, Bill, estou só a dizer a verdade, pá…”, atirou-lhe Barack Obama.

  • Obama: "Nunca houve ninguém mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como Presidente dos EUA”

    Barack Obama acaba de assinar por baixo numa das ideias mais repetidas desta convenção: a de que Hillary Clinton é a pessoa mais qualificada de sempre a concorrer à Casa Branca.

    “Nada verdadeiramente prepara uma pessoa para as exigências da Casa Branca. Pode ler-se sobre o assunto, pode estudar-se, mas até nos sentarmos àquela secretária, não sabemos o que é gerir uma crise global ou mandar jovens para a guerra. Mas a Hillary já esteve naquela sala. Ela fez parte dessas decisões. Ela sabe o que está em causa nas decisões que o nosso Governo faz, o que está em causa para as famílias trabalhadoras, para os reformados, para os pequenos empresários, para os soldados, para os veteranos. E até no meio de uma crise ela ouve as pessoas, mantém a calma e trata toda a gente com respeito. E independentemente de quão assombrosas são as chances, independentemente de quantas pessoas tentam derrubá-la, ela nunca desiste. Essa a Hillary que eu conheço. Essa é a Hillary que eu aprendi a admirar. E é por isso que eu posso dizer com confiança que nunca houve um homem ou uma mulher, nem eu, nem o Bill [Clinton], ninguém mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como Presidente dos EUA.”

  • “Apercebi-me de que a sua ética de trabalho incrível não foi para receber elogios ou atenção. Era porque ela está metida nisto por qualquer pessoa que precise de um defensor. Eu percebi ao longo destes anos todos que ela nunca se esqueceu por quem ela luta.”

  • “Há oito anos, talvez se lembrem, a Hillary e eu éramos rivais na nomeação democrata. Nós batalhámos durante um ano e meio. Deixem-me dizer-vos: foi duro. Porque a Hillary foi dura. Eu fiquei esgotado! (…) E a cada vez que eu achava que já tinha vencido, a Hillary voltava ainda mais forte. Mas depois de tudo acabar, eu pedi à Hillary para entrar na minha equipa. E ela ficou um bocado surpreendida. Houve gente na minha equipa que ficou surpreendida. Mas ele acabou por aceitar. Porque ela sabia que o que estava em causa era maior do que qualquer um de nós. E durante quatro anos, eu tive um lugar na primeira fila para a sua inteligência, o seu juízo e a sua disciplina.”

  • Obama fez a primeira menção a Hillary Clinton, sobre a qual passará a falar ainda mais a seguir. Para já, leia o que ele disse sobre a América que diz ter conhecido “nos últimos oito anos”:

    “Eu vejo americanos de todos os partidos, de todos os backgrounds, de todas as fés, que acreditam que juntos nós somos fortes. Negros, brancos, latinos, asiáticos, nativo americanos, jovens, idosos, gay, hetero, homens, mulheres, gente com deficiências, todos fazem o juramento à mesma bandeira deste grandioso país que todos amamos. Essa é a América que eu vejo, essa é a América que eu conheço. E só há uma candidata nesta corrida que acredita nesse futuro, que tem dedicado a sua vida a esse futuro, uma mãe e uma avó que faria tudo para ajudar as nossas crianças a terem sucesso. Uma líder com verdadeiros planos para quebrar barreiras e partir os tetos de vidros e criar oportunidades para todos os americanos, a próxima Presidente dos EUA, Hillary Clinton.”

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