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  • E, agora, a despedida. Obrigado por ter estado desse lado, mais uma vez, a acompanhar este momento que, de muitas maneiras, é único na política norte-americana.

    Agora que as convenções terminaram, fica aqui a promessa de que vamos continuar a dar-lhe conta de que todas as notícias do outro lado do oceano Atlântico, à medida que os EUA se aproximam das eleições de 8 de novembro.

    Aponte essa data: 8 de novembro. São 102 dias.

    Pelo meio, vamos falando. Uma boa noite, bom descanso e um bom fim-de-semana!

  • E é assim, caros leitores, que pomos um ponto final a esta cobertura da Convenção do Partido Democrata que consagrou Hillary Clinton como a primeira mulher a conseguir a nomeação de um grande partido para ser Presidente dos EUA.

    É um momento histórico — daqueles em que, por vezes, convém para parar um pouco para pensar e absorver tudo o que há para absorver.

    Sobre o discurso de Hillary Clinton, uma coisa é certa: não foi brilhante, mas serviu para tocar em vários pontos do seu programa, ao mesmo tempo que apresentou várias críticas a Donald Trump, que tentou desarmar como um homem que não é apto para ser Presidente dos EUA.

    Além disso, Hillary Clinton insistiu na ideia de que “ninguém faz nada sozinho” e em repetidas ocasiões estendeu o braço a Bernie Sanders e aos seus apoiantes, dando luz verde a medidas e a reivindicações que até há pouco tempo eram apenas do seu rival e não suas.

  • “Ena, tantos balões!”

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  • E é assim que termina o discurso de Hillary Clinton, encerrando assim a Convenção do Partido Democrata.

    Pouco depois de dizer as últimas palavras da sua intervenção, Hillary Clinton recebeu no palco o seu vice, Tim Kaine.

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  • Hillary Clinton:

    “Vamos juntar-nos na luta. Que o nosso legado seja o de plantar sementes num jardim que nunca vamos ver. É por isso que estamos aqui: não só nesta sala, mas neste planeta. Os fundadores mostraram-nos isso, e tantos outros depois. Eles foram motivados pelo amor pelo país e a paixão desinteressada para construir algo para todos os que se seguiram. Isso é a história da América. E enquanto começamos um novo capítulo hoje, sim, a América está a ver o que fazemos. Sim, o destino da América é para ser escolhido por nós. Por isso, meus caros americanos, vamos ser mais forte juntos. Vamos olhar para o futuro com coragem e confiança. Vamos construir um amanhã melhor para as nossas crianças amadas e para o nosso país amado. E quando o fizermos, a América vai ser mais grandiosa do que alguma vez o foi. Obrigado! Que Deus vos abençoe e aos Estados Unidos da América.”

  • Hillary Clinton:

    “Cada geração de americanos juntou-se para tornar o nosso país mais livre, mais justo e mais forte. Nenhum de nós consegui, ou consegue, fazê-lo sozinho. Eu sei que num tempo em que tudo parece que nos afasta, eu sei que é difícil imaginar que alguma vez nos vamos juntar. Mas eu estou aqui para dizer que o progresso é possível. Eu sei que porque já o vi na vida de várias pessoas em toda a América que são abalroadas e que depois se levantam logo a seguir. E eu sei isso por causa da minha própria vida. Mais do que uma vez, eu tive de me erguer e voltar ao jogo. Como tantas outras coisas na minha vida, eu também herdei isto da minha mãe. Quando eu tentei fugir de um bully do bairro ela literalmente bloqueou a porta. ‘Volta para lá’, ela disse-me. E ela tinha razão: temos de nos erguer contra os bullies. Temos de continuar a trabalhar para melhorarmos as coisas, mesmo quando as chances estão distantes e a oposição é feroz.”

  • Hillary Clinton:

    “No último ano muitas pessoas fizeram o erro de rir dos comentários de Donald Trump, desculpando-o como um entertainer que só estava a montar um espetáculo, porque nunca acharam que ele podia mesmo querer dizer aquelas coisas horríveis. Como quando chamou ‘porcas’ às mulheres ou disse que um juiz americano não podia ser justo por causa da sua ascendência mexicana. Ou quando ele goza e imita um jornalista com incapacidade ou quando insulta e goza com prisioneiros de guerra como John McCain, um herói e um patriota que merece o nosso respeito. No início, eu admito, também não acredita que ele queria dizer aquilo. Era muito difícil aceitar que alguém que quer liderar o nosso país diz aqueles coisas e pode ser assim. Mas aqui estão as más notícias: não há outro Donald Trump. Este é que é. E no final de contas, isto resume-se tudo àquilo Donald Trump não entende: a América é grandiosa porque a América é boa.”

  • Hillary Clinton:

    “E vamos defender todos os nosso direitos. Direitos civis, humanos, de voto, das mulheres, dos trabalhadores, LGBT e das pessoas com incapacidade. E vamos levantar-nos contra a retórica má e fraturante, independentemente de onde ela venha.”

  • Hillary Clinton:

    “Isso começa por nos pormos na pele dos outros. Por isso, vamos pôr-nos na pele dos jovens afro-americanos e latinos que lidam com racismo sistemático e a quem fazem sentir que as suas vidas são descartáveis. Vamos pôr-nos na pele dos polícias que se despedem com um beijo dos seus filhos e cônjuges todos os dias, para saírem para fazer um trabalho perigoso e necessário. Nós vamos reformar o nosso sistema de justiça criminal de uma ponta à outra e reconstruir a confiança entre as autoridades e as comunidades que elas servem.”

  • Hillary Clinton:

    “E se estamos seriamente comprometidos em manter o nosso país, não podemos eleger um Presidente que está no bolso do lobby das armas. Eu não estou aqui para revogar a Segunda Amenda [da Constituição], eu não estou aqui para vos tirar as armas, eu só não quero que vocês sejam mortos por alguém que, para começar, nunca devia ter uma arma. Nós vamos trabalhar incansavalmente com portadores de armas responsáveis para aprovar uma reforma de senso comum e para manter as armas fora das mãos de criminosos, terroristas e todos os que nos poderiam magoar. Durante décadas, as pessoas dizem que este assunto seria demasiado diífcil para resolver pela política e demasiado quente para ser tocado. Mas eu erpgunto-vos: como é que podemos olhar e não fazer nada? Vocês ouviram, vocês viram familiares de pessoas mortas pela violência das armas, neste palco. Vocês ouviram familiares de polícias que morreram em serviço porque foram mortos por criminosos. Eu recuso-me a aceitar que não conseguimos encontrar um terreno comum. Nós temos de fechar as divisões no nosso país, não só nas armas, mas também na raça, imigração e mais.”

  • Hillary Clinton:

    “Eu não consigo explicá-lo de melhor forma como a Jackie Kennedy fez depois da crise dos mísseis com Cuba. Ela disse que aquilo que preocupou o Presidente Kennedy naquela altura foi que uma arma fosse começada não por homens grandes com auto-controlo, mas homens pequenos movidos pelo medo e orgulho.”

  • Hillary Clinton:

    “Perguntem a vocês próprios: acham mesmo que Donald Trump tem o temperamento para ser comandante-chefe? Donald Trump nem consegue aguentar a lufa-lufa de uma campanha presidencial. Ele perde a calma à mais pequena provocação. Quando um jornalista lhe faz uma pergunta difícil, quando é desafiado num debate, quando vê um manifestante num comício… Imaginem, se se atrevem, imaginem, imaginem-no na Sala Oval a gerir uma crise a sério. Um homem que podemos provocar com um tweet, não é um homem a quem podemos confiar armas nucleares.”

  • Hillary Clinton:

    “Donald Trump diz, e isto é uma citação, ‘eu sei mais sobre o Estado Islâmico do que os generais’. Não, Donald… Não sabes.”

  • Hillary Clinton:

    “Eu estou orgulhosa de termos posto uma tampa no programa nuclear do Irão sem disparar um único tiro. Agora, temos de continuar a impô-lo. E temos de continuar a apoiar a segurança de Israel. Eu estou orgulhosa de termos dado a forma a um tratado de clima internacional. Agora, temos de responsabilizar cada país a segui-lo, incluindo a nós próprios. E é com orgulho que estou do lado de todos os nossos aliados na NATO contra qualquer ameaça que eles enfrentem, incluindo da Rússia. Eu já expliquei a minha estratégia para eliminar o Estado Islâmico. Vamos atingir os seus santuários do ar e apoiar forças locais que os enfrentam no terreno. Vamos fortalecer os nossos serviços secretos para que possamos detetar e prevenir ataques antes de eles acontecer. Vamos interferir com os seus esforços online para desviarem os nossos jovens. Não vai ser fácil, mas não se enganem: vamos prevalecer.”

  • Hillary Clinton:

    “Qualqeuer pessoa que lê as notícias conhece as ameaças e a turbulência que enfrentamos de Bagdade a Kabul, de Nice a Paris a Bruxelas, de San Bernardino a Orlando… Nós lidamos com inimigos determinados que têm de ser derrotados. Por isso não admira que as pessoas estão ansiosas e à procura de serem asseguradas, de uma liderança estável, querendo um líder que entende que somos mais fortes quando trabalhamos com os nosso aliados em todo o mundo e a cuidar dos nossos veteranos dentro de fronteiras. Manter a nossa nação em segurança e honrando as pessoas que fazem esse trabalho será a minha prioridade mais alta.”

  • Hillary Clinton:

    “Ele diz sempre que quer meter a “América em primeiro lugar”. Por favor expliquem que parte da América é que ele quer meter em primeiro lugar quando as gravatas Trump são feitas na China e não no Colorado, os fatos Trump no México e não no Michigan, a mobília Trump na Turquia e não no Ohio, as molduras Trump na Índia e não no Wisconsin… Donald Trump diz que quer fazer a América grandiosa de novo. Bom, ele podia começar por fazer as coisas na América, outra vez.”

  • Hillary Clinton sobre vaiar Donald Trump:

    “Lembrem-se do que o Presidente disse ontem: ‘Não façam ‘buuu’, votem’.”

  • Hillary Clinton:

    “Eu estou a imaginar que muitos de vós estão sentados em casa a dizer ‘isso é tudo muito bonito, mas como é que vai fazê-lo? Como é que vai quebrar o bloqueio Washington?’. Olhem para o meu passado. Eu já trabalhei com o outro lado da barricada, para aprovar leis e tratados e para lançar programas novos que ajudaram milhões de pessoas. E se me derem a hipótese, é exatamente isso que vou fazer como Presidente.”

  • Hillary Clinton:

    “Nós não vamos só fazer estes investimentos, nós vamos pagar todos os que fizermos. Eis como: Wall Street, as empresas e os super-ricos vão começar a pagar a sua quota parte de impostos. Isto não é porque nós temos inveja do sucesso, mas quando mais de 90% dos ganhos têm ido para os 1% de cima, então é para aí que o dinheiro está a ir. E nós vamos seguir o dinheiro. E se as companhias têm deduções fiscais e depois mandam empregos para o estrangeiro, nós vamos obrigá-las a pagarem-nos de volta e nós vamos aplicar esse dinheiro onde ele pertence: a criar empregos aqui em casa.”

  • Hillary Clinton:

    “E também vamos transformar a maneira como preparamos os nossos jovens para esses empregos. Bernie Sanders e eu vamos trabalhar juntos para a universidade ser livre de propinas para a classe média e livre de dívidas para todos. Também vamos libertar os milhões de pessoas que têm dívidas por terem estudado. Não é justo que Donald Trump possa ignorar as suas dívidas e os estudantes e as famílias não possam refinanciar as suas.”

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