O conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) anunciou esta sexta-feira que aceita prolongar funções até ao final de agosto, na sequência do pedido do Governo, segundo um comunicado da CMVM.

“É por dever de responsabilidade e para preservar a estabilidade e autonomia do sistema financeiro português, que o atual conselho de administração concede a sua disponibilidade para se manter em funções até ao dia 31 de agosto de 2016, no quadro de constrangimentos descritos, realçando as limitações subjacentes a este acordo”, lê-se no comunicado divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Na quarta-feira, o Governo formalizou o pedido ao conselho de administração da CGD para prolongar funções até ao final de agosto devido à impossibilidade de nomear uma nova administração até 31 de julho.

Na carta enviada ao presidente do conselho de administração da CGD, Álvaro Nascimento, a que a Lusa teve acesso, o ministro das Finanças, Mário Centeno, solicita que “aceite prolongar as mesmas [funções] até ao dia 31 de agosto”, tendo em conta “a impossibilidade de nomear até ao dia 31 de julho um novo conselho de administração”.

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Mário Centeno sublinha “as consequências” que “podem advir para a estabilidade do sistema bancário” e garante que estão a ser tomadas as “necessárias medidas para a concretização da recapitalização” do banco público.

Segundo escreveu esta semana o jornal Negócios, a administração da CGD tinha exigido um pedido, por escrito, ao Governo para aceitar manter-se em funções até 15 de agosto.

Em causa está o atraso no processo de aprovação da futura equipa de gestão da instituição financeira, liderada por António Domingues, que aguarda aprovação do Banco Central Europeu (BCE).

A atual administração renunciou a 21 de junho, decisão que implicaria a sua saída a 31 de julho.