Cerca de 90 migrantes terminaram esta sexta-feira uma greve de fome iniciada há alguns dias na fronteira servo-húngara, uma ação destinada a alertar para a sua situação, anunciou uma agência da ONU.
Na maioria afegãos e paquistaneses, estes homens integravam um grupo de 300 pessoas que em 22 de julho decidiu percorrer a pé, a partir de Belgrado, os 200 quilómetros em direção à fonteira com a Hungria.
No entanto, a maioria desistiu durante o percurso devido ao forte calor.
“Esperavam passar para a Hungria, mas pelo menos conseguiram ser escutados”, disse à agência noticiosa France-Presse um porta-voz da delegação sérvia do Alto comissariado da ONU para os refugiados (ACNUR).
Estes homens, na sua maioria jovens, conduziam a sua greve de fome a 300 metros de um campo improvisado onde centenas de migrantes viviam em grande precariedade e difíceis condições sanitárias.
A Hungria reforçou o controlo das suas fronteiras, e a sua legislação.
Desde então, aumentou significativamente o número de migrantes e refugiados bloqueados na Sérvia, e hoje atingia as 3.600 pessoas, segundo o ACNUR.
As autoridades sérvias calculam ter capacidade para acolher entre 6.000 e 7.000 pessoas.
Entre o verão de 2015 e março de 2016 a Sérvia foi atravessada por centenas de milhares de pessoas que fugiam da guerra ou da miséria na Ásia, Médio Oriente ou África, para alcançar a Europa Ocidental. No entanto, a “rota dos Balcãs” foi encerrada em março.
O fluxo foi substancialmente reduzido, mas muitas centenas de migrantes continuam diariamente a tentar iludir os controlos para cruzar as fronteiras, com a ajuda de redes clandestinas.
O Presidente da Macedónia, Gjorge Ivanov, citado pela agência governamental MIA, referiu na quinta-feira que o seu país tinha impedido 18.000 entradas ilegais desde março. O exército “detetou um aumento do número de tentativas de entradas ilegais, e do tráfico ilegal de migrantes através do território”, acrescentou o chefe de Estado no decurso de uma deslocação à zona de fronteira com a Grécia.