“Estamos muito preocupados, precisamos em todos os casos de um plano B”, disse o ministro da imigração do governo de Alexis Tsipras numa entrevista ao diário alemão Bild.
A Grécia, que foi em 2015 a principal porta de entrada de refugiados e migrantes que procuram asilo na UE, teme que o falhanço do acordo concluído a 18 de março entre a UE e Ancara implique o recomeço das entradas massivas de refugiados.
O governo turco, em plena deriva autoritária após um golpe de Estado falhado, ameaça cancelar o acordo se a UE não suprimir a exigência de vistos para os turcos que queiram viajar para a Europa.
A ameaça foi verbalizada pelo titular dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, que numa entrevista publicada no domingo no Frankfurter Allgemeine Zeitung disse que não se eliminasse até outubro a exigência de vistos para cidadãos turcos, Ancara seria “obrigada” a distanciar-se do acordo para a readmissão de refugiados.
Nesse acordo, a Turquia comprometeu-se a aceitar de volta os imigrantes que chegassem do seu território às ilhas gregas de forma ilegal e, em troca, a UE prometia uma ajuda de até 6.000 milhões de euros.
Por cada imigrante sírio enviado de volta à Turquia, outro refugiado sírio poderia abandonar o país legalmente e entrar diretamente na UE.
O pacto incluía também a supressão de vistos, mas este último ponto, que deveria entrar em vigor em junho, continua pendente porque Bruxelas considera que Ancara ainda não com cumpriu todos os requisitos e deve reformar a sua lei antiterrorista para cumprir com os padrões europeus.
Até agora, Berlim tem rejeitado a ideia de um “plano B”.
Mouzalas apelou também aos países da UE que acolham os migrantes: “Os refugiados devem ser equitativamente repartidos por todos os países da UE, e não apenas por alguns”.
No ano passado, centenas de milhares de migrantes atravessaram o mar Egeu em condições dramáticas e perigosas para chegar à Grécia.
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