Conduzir sem ver o que está à frente, atrás ou dos lados, é um contra-senso para qualquer condutor ou, pelo menos, devia ser. Não é prático e muito menos seguro, porém há tecnologias que o tornam possível, ainda que em condições muito especiais. Portanto, nada de pensar que amanhã vai para o escritório depois de pintar os vidros do seu carro, ou de cobri-los com cartão.

Muitos automóveis propõem uma tecnologia que inicialmente foi denominada “bird’s eye view”, quando era exclusiva dos modelos topo de gama, e que agora é referida como câmara 360º, desde que que foi democratizada e começou a incorporar os modelos mais acessíveis. Trata-se de quatro câmaras grande-angular montadas exactamente ao centro da grelha, à frente, e por cima da chapa de matrícula, atrás, com as restantes duas a ocuparem a parte inferior dos retrovisores exteriores. Todas juntas, permitem ver o que se passa em redor do veículo, através das imagens projectadas no ecrã – o mesmo que serve a navegação, ou a tradicional câmara de marcha-atrás, por exemplo. Com este recurso, evita-se que se toque com o pneu naquela pedra mais saída, que se passe por cima do canteiro, destruindo as flores, ou que se risque o portão da garagem. E a pintura do carro, no processo.

Se muitos construtores propõem o sistema, a Seat teve a ideia de mostrar todo o seu potencial, desafiando condutores a, literalmente, conduzir com os vidros tapados, confiando apenas na câmara 360º. É claro que o percurso tem de ser estreito ou estar limitado por pinos, pois é forçoso existir uma referência relativamente próxima do veículo. Mas não é menos verdade que o Seat Ateca confirmou ser possível chegar ao destino sem ver nada para fora.

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Vai continuar a não poder guiar na via pública com os vidros tapados, mas acredite que é muito mais fácil fazer uma marcha-atrás, ou mesmo uma inversão de marcha numa estrada de terra estreita, em todo-o-terreno, por exemplo, ou engatar a bola de reboque sem ter alguém lá atrás a gritar-lhe: “Vira mais para a esquerda. Agora para direita.”

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