Um ataque bombista suicida contra um hospital de Quetta, no oeste do Paquistão, vitimou pelo menos 53 pessoas e 58 ficaram feridas, disse o porta-voz da polícia provincial, Ghulam Akbar.

O último balanço oficial referia pelo menos 40 mortos e 40 feridos, de acordo com informações do ministro da Saúde da província do Baluchistão, Saleh Baloch.

Ao canal de televisão Geo, o chefe do governo do Baluchistão, Sanaullah Zehri, declarou que este foi um “atentado suicida planeado”, referindo-se à “forte explosão” no hospital civil de Quetta, registada pouco depois de ter dado entrada o presidente da Associação de Advogados daquela província paquistanesa, Bilal Anwar Kasi.

“Sabiam que iam atingir o advogado (Kasi) e que outros advogados iriam ao hospital. O suicida acionou as bombas que transportava quando os advogados já estavam no hospital”, acrescentou Zehri.

Kasi foi morto a tiro por um grupo de homens não identificado.

Além da explosão, verificou-se uma troca de tiros no hospital, onde se encontrava um grande número de advogados, na sequência do ataque contra Kasi. O tiroteio registou-se cerca das 9 horas (7 horas em Lisboa), de acordo com Ghulam Akbar.

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Sanaullah Zehri afirmou que as autoridades desconhecem os autores do ataque, mas sublinhou que os grupos rebeldes estão a escolher “alvos vulneráveis”.

Depois da explosão, as autoridades declararam o estado de emergência em todos os hospitais da cidade.

Nos últimos meses, vários advogados foram atacados na província do Baluchistão, região no sudoeste do Paquistão onde atuam grupos armados separatistas, que tomam como alvos as forças de segurança e outras instituições do Estado, além de fações talibãs e grupos extremistas islâmicos.

Há menos de uma semana, o advogado Jahanzeb Alvi foi assassinado por atacantes, que continuam por identificar. Em junho, o diretor da universidade de Direito Amanullah Achakzai foi morto a tiro.

Desde junho de 2014, as autoridades paquistanesas registaram uma descida do número de ataques, na sequência do início da operação antiterrorista das forças de segurança no noroeste do país.

Pelo menos 3.400 rebeldes e 488 militares morreram na operação, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.