Um juiz sueco vai ser autorizado a interrogar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, anunciou esta quinta-feira o governo de Quito.

Julian Assange, cidadão australiano de 45 anos, é alvo de um mandado de captura no quadro de um processo de alegada violação na Suécia, em 2010.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador refere que o interrogatório judicial pode vir a decorrer na embaixada de Quito em Londres onde o fundador do WikiLeaks se encontra refugiado.

No passado mês de fevereiro, Julian Assange conseguiu uma vitória importante junto do grupo de trabalho das Nações Unidas sobre prisões arbitrárias que considerou que a Suécia e o Reino Unido estão a cometer uma infração no contexto dos direitos fundamentais.

Mesmo assim, a Procuradoria sueca, que acompanha o processo da alegada violação, e a polícia britânica que pretende executar a ordem de captura rejeitaram os alertas das Nações Unidas.

O advogado do fundador do WikiLeaks apelou esta semana contra a decisão do tribunal sueco que mantém em vigor o mandado de captura, apesar dos avisos da ONU que considerou “prisão arbitrária” a permanência de Assange na embaixada do Equador em Londres.

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O tribunal de Estocolmo anunciou no passado mês de maio que “Julian Assange continua a ser suspeito de violação e que existe o risco de fuga” e, por isso, mantém a ordem de prisão.

Julian Assange criou em 2006 o site WikiLeaks que difundiu a partir de novembro de 2010 mais de 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos, além de informações secretas dos Estados Unidos sobre a campanha militar no Iraque.

Assange receia ser extraditado para os Estados Unidos onde pode vir a ser condenado à morte ou a uma pesada pena de prisão pela divulgação dos documentos.