A história olímpica foi escrita esta quarta-feira por 0,099 pontos. Esta foi a diferença que separou o japonês Kohei Uchimura de Oleg Verniaiev, da Ucrânia, na final individual geral da Ginástica Artística masculina, após uma disputa renhida entre os dois ginastas. Uchimura terminou a competição com 92.365 pontos e repetiu a medalha de ouro obtida em Londres 2012. Max Whitlock, do Reino Unido, ficou com o bronze, com 90.641 pontos.

“Desde 2009 até agora esse título tem sido mantido por mim, mas desta vez foi realmente a mais difícil. Achei que estava próximo de reconhecer que seria difícil ganhar a medalha”, disse Uchimura, citado pelo site Globo Esporte.

Com o título, Kōhei Uchimura tornou-se o primeiro bicampeão olímpico no concurso individual geral da Ginástica Artística masculina desde 1972, ano em que Sawao Kato venceu pela segunda vez seguida o título olímpico da modalidade. Conhecido como “Rei Kohei”, o ginasta de 27 anos não sabe o que é perder há oito anos.

A sua estreia na equipa japonesa de Ginástica Artística aconteceu em 2007, na Paris World Cup. O resultado? Medalha de bronze no salto. No ano seguinte, veio a primeira participação em Jogos Olímpicos, em Pequim. Uchimura contribuiu para que o Japão ganhasse a medalha de prata por equipas, além de ter conseguido uma medalha de prata no concurso individual geral. Esta foi a primeira vez que um japonês ganhava uma medalha individual na modalidade em 24 anos.

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A partir daí, o japonês coleciona títulos já há dois ciclos olímpicos. Na Ginástica Artística, há campeonatos mundiais anualmente, com exceção do ano em que há Jogos Olímpicos. De 2009 a 2011, Uchimura venceu a categoria e chegou como favorito em Londres, condição que foi confirmada com a medalha de ouro. De 2013 a 2015, mais três vitórias no Campeonato Mundial, tornando-o o primeiro ginasta a ganhar seis vezes consecutivas a prova.

No Rio de Janeiro, o reinado de Uchimura foi ameaçado pela primeira vez. Verniaiev vinha liderando a prova até ao final da quinta de seis rotações, quando Uchimura encarou o seu melhor aparelho, o solo, e conseguiu 15.800 pontos. O ucraniano precisava de 14.899 para levar o ouro – na fase de classificação havia conseguido 15.133. No entanto o seu resultado final foi de 14.800, o que resultou na vitória do “Rei Kohei”.

“Falavam que era para esperar ele parar de competir que aí eu conseguiria ser campeão. Mas discordo. Competir com essa lenda é fantástico. Ele não larga o título desde 2009. É o Phelps da ginástica”, assegurou Verniaiev, em entrevista à ESPN.

O reinado do ginasta japonês ainda não terminou no Rio de Janeiro. Uchimura volta à Arena Olímpica do Rio no domingo, na final da prova de solo.