Construídas na área de proteção das igrejas das Carmelitas e do Carmo e licenciadas pela Câmara do Porto no início de 2010, cinco esplanadas receberam pareceres “não favoráveis” do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (Igespar) e da Direção Regional de Cultura do Norte (DRC-N) em julho e outubro do mesmo ano, por se tratar de estruturas “não amovíveis”, mas nunca chegaram a ser demolidas.

A decisão de desmontar as duas estruturas de esplanada do centenário “Piolho” resulta de um acordo judicial alcançado em julho entre todos os proprietários e a Câmara do Porto, disse hoje à Lusa Edgar Gonçalves, sócio daquele café.

Ao fim de uma batalha jurídica de anos, Edgar Gonçalves, que está naquele estabelecimento há 37 anos, congratula-se com o desfecho e deseja agora que a nova esplanada amovível “volte a ser a que o Piolho tinha antes de 2010”.

“Efetivamente, [a esplanada] não era bem o que pensávamos que ia ser, que em papel era muito bonito”, confessou, admitindo que o facto de nestes seis anos ter ali duas estruturas que se assemelhavam a cabines em vidro “não era funcional”.

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O responsável referiu ficar triste com o facto da estrutura fixa não permitir a quem está na Cordoaria reconhecer o café e tapar a vista a quem está no estabelecimento para os Leões, acreditando que a demolição das estruturas vai trazer novo ânimo ao local.

“É preciso ter coragem de assumir: falhámos” na opção de implementar aquelas esplanadas há seis anos, cujo investimento rondou os 100 mil euros, sublinhou, acrescentando que a desmontagem “só não aconteceu mais cedo porque se criou o litígio”.

O Piolho voltará a partir da próxima semana, “se tudo correr bem”, a ter um espaço de cerca de 110 metros quadrados ocupado com cadeiras e mesas, abrigadas por guarda-sóis, amovíveis.

“Amanhã [sábado] ao final do dia já deve estar desmontado. Espero na terça-feira conseguir colocar já as mesas, cadeiras e guarda-sóis, mas a câmara ainda vem cá limpar o pavimento, que há seis anos que não é limpo” devido à colocação da esplanada fixa, afirmou.

O acordo estabelecido entre as partes prevê a demolição das estruturas no prazo de 60 dias. Em outubro de 2014, a Câmara do Porto desmontou, na sequência de uma decisão judicial, uma daquelas esplanadas que estava desativada.