O arcebispo Angelo Vicenzo Zani abriu esta sexta-feira a peregrinação do Migrante e do Refugiado do Santuário de Fátima citando Jesus Cristo, que “nos convida a ser misericordiosos como o Pai [Deus]”.

O arcebispo italiano que preside à peregrinação citou o “Evangelho segundo S. Lucas”, para lembrar que os católicos estão a viver “um ano especial, proclamado pelo papa Francisco como Jubileu Extraordinário da Misericórdia”, explicando que “a misericórdia é essencialmente Deus que vem” ao encontro dos homens.

Esta peregrinação, que faz parte da 44.ª Semana Nacional de Migrações, realiza-se sob o mote “Emigrantes e refugiados: o rosto da misericórdia”, tendo Angelo Zani incitado todos “a abrir o ‘coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática'”, citando a bula “Misericordiae vultus”, de Francisco.

O arcebispo Zani, secretário da Congregação para a Educação Católica da Santa Sé, saudou os emigrantes portugueses, “dispersos pelo mundo que, neste período de férias, regressam às suas terras”, assim como os “imigrantes que vieram para Portugal à procura de melhores condições de vida”, e ainda os “refugiados que procuram a paz e a liberdade, neste tempo de instabilidade e violência, espalhada por todo o mundo”.

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“Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos”, disse o bispo italiano, citando novamente a bula do papa Francisco.

O prelado realçou que “a peregrinação é um sinal particular no Ano Santo [que se vive], porque representa o caminho que cada pessoa realiza na própria existência”.

“A nossa vida é uma peregrinação e cada um de nós é um peregrino em viagem; todos somos estrangeiros neste mundo, porque não somos do mundo”, rematou o arcebispo de Volturno, Angelo Vicenzo Zani.

Nesta peregrinação, segundo números divulgados pela associação dos servitas de Nossa Senhora de Fátima, registava-se, às 18h00, um total de 338 peregrinos assistidos, entre os quais 173, no lava-pés, e 82, no posto de socorros.

Este serviço de apoio está a ser garantido por 127 pessoas, entre médicos, enfermeiros, escuteiros e membros servitas.