No caso da Islândia, os “Papéis do Panamá” puseram a descoberto situações de evasão fiscal que implicam vários elementos da classe política de Reikjavik. Sigmundur David Gunnlaugsson foi obrigado a demitir-se em abril mas os restantes membros do Executivo mantiveram-se em funções.

Na quinta-feira à noite, o primeiro-ministro em funções, Sigurdur Ingi Johannsson, pediu aos líderes dos partidos representados no parlamento para decidirem realizar eleições em outubro, antecipando seis meses as legislativas que já estavam agendadas.

“Pretendemos realizar eleições no dia 29 de outubro”, afirmou Johannsson numa declaração difundida através do canal de televisão RUV.

A contestação — sem precedentes – verificada em abril nas ruas da capital do país, fortemente atingido pela crise financeira de 2008, não permite, no entanto, prever o resultado das eleições legislativas.

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De acordo com as últimas sondagens, os eleitores conservadores mantêm o apoio à coligação de centro-direita, no poder. Na oposição, o Partido Pirata, fundado em 2012, já comunicou que durante a campanha vai defender maior transparência, reformas institucionais e medidas contra a corrupção.

Em junho, as eleições presidenciais deram a vitória a Gudni Johannesson, um político pouco conhecido e que fez campanha contra o sistema, apelando a reformas profundas na Islândia.

Os Papéis do Panamá, mais de 11 milhões de documentos da sociedade de advogados Mossack Fonseca foram divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e revelam a utilização de paraísos fiscais que escondem os rendimentos de pessoas e empresas de todo mundo.