Pedro Passos Coelho já obteve resposta. Depois de o líder social-democrata ter aproveitado a rentrée do partido para defender que a atual solução de Governo está “esgotada”, o PS, pela voz da secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, respondeu dizendo que, “mais uma vez, Passos Coelho aparece ao país sem memória, pessimista e com uma visão distorcida da realidade”. Os socialistas desafiaram ainda o presidente do PSD a apresentar propostas concretas e a perceber o “que se está a passar no país”.

“O PSD não percebe o que se está a passar no país. Hoje vive-se um novo ciclo de confiança e de recuperação. O PS cumpre os seus compromissos com os portugueses, o país sabe o que este Governo tem para dar e o que o PS prometeu nas eleições. O PSD é que não aceita que o povo português não quer a austeridade que Passos Coelho tem para lhe dar”, defendeu Ana Catarina Mendes, numa declaração lida à imprensa, pouco depois do discurso de Passos Coelho, na festa do Pontal, na Quarteira.

Segundo Ana Catarina Mendes, “os dados estão a melhorar”, desde o investimento à confiança. Prova disso, apontou a secretária-geral adjunta de António Costa, está na taxa do desemprego, que atingiu o valor “mais baixo” desde 2011, ou no valor de investimento previsto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para as empresas portuguesas que em 2016 será superior a “qualquer outro ano, desde que começou a crise internacional em 2007”.

Além disso, frisou a responsável socialista, os indicadores de confiança “estão em níveis mais elevados do que no final do ano passado” e “os portugueses têm confiança na recuperação económica”. Ao contrário de Pedro Passos Coelho, “para quem o futuro é sempre negro e depressivo”.

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Apostada em defender o percurso feito pelo Governo socialista, Ana Catarina Mendes garantiu que o Executivo está a cumprir o que prometeu aos portugueses, “ao mesmo tempo que consegue a consolidação orçamental e se bate em Bruxelas por políticas mais justas e pelo interesse nacional”. O país “está a entrar voltar a um ciclo de crescimento após um longo ciclo de políticas erráticas e de austeridade” e só Pedro Passos Coelho, o “homem que cortou as pensões e que queria cortar mais 600 milhões”, não consegue lidar com a realidade.

Ainda assim, a secretária-geral adjunta do PS desafiou o PSD a apresentar propostas concretas para o próximo Orçamento do Estado, ao “contrário do que fez no passado”. “Uma oposição sem propostas é uma oposição de ‘bota abaixo’, os discursos do líder da oposição são sempre ‘gira o disco e toca o mesmo’: visões depressivas e ausência de propostas”, acusou Ana Catarina Mendes.

A dirigente socialista aproveitou ainda para criticar as declarações de Passos Coelho sobre os incêndios, dizendo que, se o líder do PSD quer falar desse tema, o deve fazer de “forma clara e inequívoca”, porque aquilo de que o país precisa é tranquilidade. “Falar de um assunto fingindo não falar dele é a forma menos leal e séria de o abordar. Foi assim que, lamentavelmente, o líder da oposição falou sobre os incêndios deste verão”, concluiu.

Costa. Passos está sempre a anunciar desgraças

O primeiro-ministro acusou também o líder do PSD de anunciar desgraças que não se concretizam, numa reação ao discurso de Pedro Passos Coelho que disse que a solução de Governo “está esgotada”.

“Tinha esperança que as férias tivessem dado ao doutor Passos Coelho alguma imaginação para não continuar a reservar-se ao papel, que é um papel que não é saudável para o país, que é o de estar sempre a anunciar a desgraça que vem aí na semana a seguir e que felizmente, graças ao grande esforço que tem sido feito em particular pelos nossos empresários e trabalhadores, não tem correspondido a essa realidade”, disse António Costa.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas em Arouca à saída de uma reunião com os presidentes de Câmara de Arouca, Águeda e Castelo de Paiva (distrito de Aveiro) e São Pedro do Sul e Castro Daire (distrito de Viseu), sobre os incêndios que atingiram estes municípios na última semana.