O líder do Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, disse que o Comité Executivo Nacional do partido o autorizou a negociar com Albert Rivera, do Ciudadanos, e assegurou que fará todos os possíveis para formar um governo.

Rajoy, que falava numa conferência de imprensa após a reunião onde lhe foi dada “carta branca” para negociar com o partido de Rivera, adiantou que não foram discutidas as condições do Ciudadanos.

Numa reunião com Rajoy na passada quarta-feira Rivera apresentou seis condições para uma reforma do sistema democrático e para um reforço da luta contra a corrupção na política para apoiar um governo liderado pelo PP.

O presidente do PP disse ainda que quer falar com o líder do PSOE, Pedro Sánchez, para saber se quer “uma repetição das eleições” e “qual é a data que considera melhor para a tomada de posse”.

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“O PSOE parece que prefere repetir eleições, o que não me agrada, por isso devo ter (…) uma conversa com Pedro Sánchez”, acrescentou.

Assegurando que fará tudo o que poder para formar um governo, Rajoy advertiu que “a responsabilidade não é apenas do PP” e que a tomada de posse não será possível se o PSOE “não der o passo” necessário.

Recordou que se conseguir o “sim” do Ciudadanos e da Coalición Canaria, com a qual também mantém contactos, conseguirá 170 votos, mas necessitará ainda de pelo menos 11 abstenções para tomar posse como primeiro-ministro.

O líder do PP assinalou que é “um disparate prolongar esta situação” e prometeu aos espanhóis “lutar até ao final” para que as eleições não tenham de ser repetidas e para que “a política espanhola recupere a sua maturidade”.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho, elegendo 137 deputados num total de 350, mas precisa do apoio do PSOE e do Ciudadanos para poder formar um governo minoritário.

O PSOE ficou em segundo lugar, com 85 deputados, a aliança de esquerda Unidos-Podemos em terceiro, com 71, e o Ciudadanos em quarto, com 32 assentos.

Tratou-se da segunda vez em menos de um ano que os espanhóis foram chamados a eleger os seus deputados, na tentativa de desbloquear o impasse político resultante das eleições de 20 de dezembro de 2015.