Nómada, garantem os dicionários, é um adjetivo que designa “quem muda de local de fixação para procurar pastagens novas.” Uma palavra que descreve, na perfeição, Mário Ribeiro. O antigo chef executivo do Sushic deixou o trabalho de quase seis anos para concretizar o sonho de abrir o seu próprio restaurante. A ele juntaram-se o seu braço direito, o souschef Francisco Bessone, e o amigo Rui de Oliveira para ajudar na gestão do projeto.

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O espaço interior, com capacidade para 30 pessoas, tem a cozinha aberta onde o chef Mário Ribeiro prepara os vários pratos e dá sugestões. (foto: Fábio Pinto/Observador)

Os três sócios não só partiram para novas pastagens, passe a expressão, como encontraram uma nova casa no número 40 da Avenida Visconde de Valmor, no Saldanha, cujas portas abriram ao público a 3 de agosto. Um local de fixação com uma agradável esplanada exterior que não será, prometem, uma cópia das prezadas origens. Aliás, a prova disso é a ementa deste Nómada, que, apesar de ter alguns pratos do Sushic (afinal foi Mário que criou as receitas), alia o melhor da cozinha japonesa — adaptada ao paladar português — com pratos mais contemporâneos. Assim, os cones crocantes com atum marinado e cebola confitada em vinho do porto (3,5€) partilham o pódio com os combinados tradicionais de 18 peças (16€) ou com as vieiras com puré de guacamole (12,5€).

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O combinado de fusão com 18 peças (18€) é composto por sashimi, nigiris, uramakis, hossomakis à escolha do chef. (foto: Fábio Pinto/Observador)

A pensar nos que odeiam sushi, o borrego com molho árabe e legumes (16€) e o mil-folhas de salmão com legumes em manteiga de alho (13€) saem da cozinha pelas mãos do cozinheiro Bruno Oliveira e chegam à mesa com uma explicação detalhada, ingrediente por ingrediente, da chefe de sala Carlota Cintra. A vasta carta de vinhos ficou nas mãos do consultor Giscard Müller que em breve, adianta, vai incluir mais de 100 referências das principais regiões de Portugal. Razão pela qual não tem medo de quebrar preconceitos. Não estranhe se o encontrar pelo restaurante a aconselhar vinhos minerais com boa acidez em vez de vinhos frescos para limpar o paladar de pratos onde a soja predomina.

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Na imagem está a ver o grande ex-libris da cozinha contemporânea do Nómada: borrego com baba ganoush, um molho árabe (16€). (foto: Fábio Pinto/Observador)

À ementa fixa acrescem as sugestões do dia — pergunte-as à chefe de sala — que podem variar entre ostras compostas e carpaccios de peixe fresco braseado em azeite e alho. A maior surpresa, essa, está na carta de sobremesas. O bolo de chá verde com gelado de melão e um toque de chocolate branco (4,5€) tem vindo a ser melhorado desde a abertura. Está mais fofo e menos enjoativo, garante quem provou.”O feedback tem superado as expetativas e não estava mesmo nada à espera”, comenta o chef Mário Ribeiro com apenas duas horas de sono e um sorriso de orelha a orelha. O espaço, ainda em soft opening e acertos finais, pretende manter-se fiel ao nome e expandir muito em breve. Como um verdadeiro nómada.

Nome: Nómada
Morada: Avenida Visconde de Valmor, 40A (Saldanha), Lisboa
Telefone: 91 777 9737
Horário: Das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h30 (sexta e sábado até às 00h). Encerra ao domingo.
Preço Médio: 30€
Reservas: Aceitam