Pelo menos 14 pessoas morreram e 220 pessoas ficaram feridas na sequência de bombardeamentos que terão sido perpetrados por rebeldes curdos, avança a agência Associated Press. Duas das explosões foram causadas por carros-bomba que atingiram esquadras da polícia no leste do país. Um terceiro ataque aconteceu no sudeste da Turquia e foi dirigido a um veículo militar que transportava militares.

As autoridades acusam o Partido Trabalhista do Curdistão, o PKK, da autoria dos ataques. O grupo, que é considerado um grupo terrorista pelo governo de Ancara e pelos seus aliados, tem realizado vários atentados contra forças de segurança nas últimas semanas. Na semana passada, um dos fundadores do PKK, Cemil Bayik, ameaçou intensificar os ataques contra a polícia em várias cidades turcas.

O governo turco já convocou uma reunião de emergência para discutir questões de segurança que vai ocorrer esta quinta-feira às 20h30 locais.

Na quarta-feira, um agente da polícia e dois civis morreram depois de uma explosão ter atingido uma estação da polícia na província de Van. Pelo menos 73 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, quinta-feira, foi na cidade de Elazig que uma esquadra foi atingida. Pelo menos cinco pessoas morreram na sequência da explosão e 146 pessoas sofreram ferimentos, sendo que 14 delas encontram-se em estado grave.

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O primeiro-ministro, Binali Yildirim, viajou até Elazig para visitar o local da explosão e as vítimas do ataque. Em declarações aos jornalistas, disse que “o movimento Gulen perdeu a sua assertividade e delegou a tarefa ao PKK”. Garantiu ainda que o país vai lutar contra o grupo até ser eliminado e que “nenhuma organização terrorista vai forçar esta nação à submissão”.

Também o Presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que a Turquia tinha sido atacada por várias organizações terroristas que estão em contacto umas com as outras e que “atuam com as mesmas motivações, mesmo que tenham nomes diferentes”. Erdogan disse ainda: “Vejo estes ataques como represálias contra os vinte dias de vigília da democracia. Não há diferença entre FETO (referência em movimento de Fethullah Gulen), o PKK e o Daesh. Estes ataques voltaram a mostrar que todos servem o mesmo propósito. O meu povo deve ser tranquilizado, o sangue dos nossos mártires e feridos foi e será vingado.”

Foi imposto um bloqueio temporário na cobertura mediática do ataque em Elazig para manter a “ordem pública e segurança nacional”. Este tipo de restrições são comuns na Turquia depois de bombardeamentos que causem vítimas mortais. As autoridades competentes ordenaram aos meios de comunicação que não divulguem imagens ou informações que possam causar “medo no público, pânico e desordem e que possam servir os propósitos de organizações terroristas”.