O resultado líquido da Sonae caiu 20,9% no primeiro semestre, face a igual período de 2015, para 77 milhões de euros, anunciou nesta quinta-feira a empresa. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae refere que o resultado líquido atribuível a acionistas diminuiu de 97 milhões de euros para 77 milhões de euros “via menor nível de resultados indiretos”.

O lucro ficou acima da média das estimativas dos analistas, que apontavam para um resultado líquido de 61,9 milhões de euros. O resultado direto cresceu 18,7% para 66 milhões de euros, “traduzindo o crescimento das vendas e a melhoria do resultado financeiro líquido decorrente do menor nível de dívida líquida e do menor custo médio das linhas de crédito utilizadas”, refere o grupo no comunicado.

Em igual período, o volume de negócios subiu 4,4% para 2.431 milhões de euros, devido “principalmente ao contributo positivo da Sonae MC e da Sonae SR”. No retalho alimentar, o volume de negócios da Sonae MC alcançou 1.691 milhões de euros, uma subida de 3,6% face ao primeiro semestre do ano passado, “continuando a reforçar a quota de mercado do Continente num mercado maduro e competitivo”.

No primeiro semestre, a Sonae MC “continuou a implementar o programa de expansão de formatos de conveniência e proximidade, tendo aberto sete Continente Bom Dia e 37 lojas Meu Super desde o início do ano”.

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Já no retalho especializado, o volume de negócios da Sonae SR, que tem a Worten e a Sonae Sports and Fashion, ascendeu a 614 milhões de euros, uma subida de 5,5%. “Esta evolução foi motivada por ambas as divisões, que continuaram a registar melhorias nas vendas por metro quadrado”, acrescentou a Sonae.

O volume de negócios da Worten subiu 1,4% para 404 milhões de euros, “beneficiando do desempenho positivo em Portugal, consolidando a quota de mercado num contexto de reduzido crescimento do mercado, bem como de uma contínua recuperação em Espanha, a estratégia omnicanal [múltiplos canais de venda] manteve-se no centro do desenvolvimento” da empresa, tendo as vendas omnicanal “ascendido a 25,3% do volume de negócios”.

A Sonae adianta que as vendas na Internet subiram “4,2% na ibéria e a Worten tornou-se no primeiro especialista em eletrónica a disponibilizar uma plataforma de ‘e-commerce’ [comércio eletrónico] nas ilhas Canárias”.

Já a divisão Sonae Sports and Fashion, a faturação subiu 14,6% para 210 milhões de euros, “motivado pela inclusão da Losan e pelo desempenho positivo da Zippy em Portugal”.

Na Sonae IM, área de gestão de investimentos, o negócio de tecnologia registou um aumento de 1,9% do volume de negócios para 61 milhões de euros e nos centros comerciais da Sonae Sierra as vendas de lojistas na Europa subiram 2,5% para 1.439 milhões de euros, um aumento de 3,9% no universo comparável de lojas.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) baixou 0,4% para 190 milhões de euros. O investimento da Sonae aumentou de 116 milhões de euros para 208 milhões de euros, “com os negócios da Sonae a prosseguirem com a expansão das suas atividades e reforçarem a sua presença global em linha com a estratégia de diversificação dos estilos de investimento”.

O capex da Sonae MC aumentou 19 milhões de euros, para 69 milhões de euros, tendo sido abertas sete unidades Continente Bom dia, um hipermercado Continente e 11 Well’s.

A dívida líquida diminuiu 1,7% para 1.389 milhões de euros, “continuando a Sonae focada em apresentar uma estrutura de capital robusta, sustentada por um nível reduzido de endividamento e por um perfil de maturidade da dívida progressivamente mais extenso”.

A Sonae adiantou que não estão previstas necessidades de refinanciamento para os próximos 18 meses, e que a estrutura de capital garante a capacidade financeira suficiente para explorar futuras oportunidades de crescimento.