A nomeação de António Ramalho para presidente executivo do Novo Banco foi aprovada pelo Banco Central Europeu (BCE), indica um comunicado da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O nome foi apontado pelo Banco de Portugal e teve, também, a aprovação do Governo, mas aguardava a “luz verde” do BCE.

António Ramalho assume funções nesta sexta-feira na liderança do banco de transição. Vai substituir Eduardo Stock da Cunha, que tinha deixado oficialmente o cargo no Novo Banco a 31 de julho. Ramalho regressa agora à banca, onde passou grande parte da sua carreira, depois de ter passado, durante quatro anos, pela liderança da Infraestruturas de Portugal — entidade que resultou da fusão entre a Estradas de Portugal e a Refer.

O mandato dos atuais administradores termina no final deste mês e o modelo de administração do banco vai ser alterado em setembro para cumprir a regulação europeia, referiu o Dinheiro Vivo.

António Ramalho vai conduzir a instituição financeira durante o processo de venda. Já foram apresentadas propostas ao Fundo de Resolução pelo grupo americano Apollo e pelos chineses Fosun e Anbang. O BCP e o Santander Totta não manifestaram interesse na compra do Novo Banco. O processo deve estar concluído no máximo até agosto de 2017.

Os analistas que seguem o sistema bancário têm dito que o mais provável é que a venda do Novo Banco seja feita por um preço abaixo dos 4,9 mil milhões de euros que foram injetados na instituição, colocando pressão sobre o resto do sistema bancário, que poderá ter de arcar com os custos.

O futuro do Novo Banco, que está em processo de reestruturação, tendo saído mais de mil trabalhadores da instituição só nos últimos 12 meses, é uma incógnita. Em julho, numa carta para a Comissão Europeia, o Governo comunicou que não iria injetar mais dinheiro na instituição financeira e que, se o banco não for vendido, será liquidado.

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