O Parque Nacional Peneda Gerês foi a área protegida escolhida para ter um projeto piloto visando a prevenção de fogos florestais, integrando medidas sobre cadastro, gestão do espaço e reforço dos meios, avançou o ministro do Ambiente.

O Governo decidiu que o Parque Nacional Peneda Gerês “vai ser o caso piloto para a prevenção de incêndios e o reforço da resiliência florestal a iniciar no imediato”, disse à agência Lusa João Matos Fernandes.

O projeto foi decidido numa reunião realizada na segunda-feira, com participação do primeiro-ministro e outros governantes, como o ministro do Ambiente, e autarcas de Viana do Castelo, durante a deslocação dos responsáveis às áreas mais afetados pelos grandes incêndios da passada semana, como Arouca (distrito de Aveiro), S. Pedro do Sul (Viseu) e Peneda Gerês.

“Está neste momento a começar a ser desenhado este mesmo programa específico para a Peneda Gerês e as medidas [respeitarão] o cadastro, a informação cadastral, propostas de gestão florestal e de ordenamento florestal, envolvimento dos ‘stakeholders’ [parceiros] e de reforço dos meios”, explicou o ministro do Ambiente.

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João Matos Fernandes apontou que não se trata de separar os meios presentes no terreno dos meios de combate aos fogos.

“Os meios que estão presentes no terreno fazem a primeira intervenção quando existe uma ocorrência”, referiu.

Na Peneda Gerês há 90 pessoas entre vigilantes (14), o corpo nacional de agentes florestais e os sapadores florestais que “desenvolvem as medidas preventivas para os incêndios e estão na primeira linha de combate aos incêndios, meios que serão reforçados no futuro próximo”, salientou ainda o ministro.

O financiamento deste programa “vai ser feito através do Fundo Ambiental”, que reúne todos os fundos da área do ambiente e foi aprovado no conselho de ministros dedicado ao ambiente, no início de junho.

“Até ao final de 2018, os programas das áreas protegidas têm de ser revistos e em todos, a começar na Peneda Gerês, e um dos principais objetivos, a par com a conservação da biodiversidade, será a proteção contra incêndios”, realçou ainda o ministro do Ambiente.

Este ano já arderam 8.545 hectares em áreas protegidas, mais 16% que em igual período de 2015, e o Parque Nacional Peneda Gerês representou cerca de 80% deste total, com cerca de 7.000 hectares.