O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinícius Lummertz, disse à Lusa que o Brasil “vai ser a Meca do investimento do turismo” nos próximos anos e salientou que o país “já é uma potência” neste setor. Vinícius Lummertz falava à Lusa a propósito do impacto dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro no turismo do Brasil.

“A cidade do Rio de Janeiro foi transformada” para o evento, tornando-se numa “cidade contemporânea”, com uma melhor rede de transportes, disse o presidente da Embratur.

“Dobrámos o número de quartos para 60.000”, acrescentou, apontando que o facto do Rio de Janeiro ser uma cidade agora renovada serve de “porta de entrada” para os investimentos turísticos no Brasil.

Com os Jogos Olímpicos a decorrer em várias zonas do Rio de Janeiro, a cidade tem sido apresentada ao mundo através de várias imagens projetadas diariamente, o que para Vinícios Lummertz serve de cartão de visita para o país.

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O país “já é uma grande potência do turismo, mas queremos mais”, afirmou o presidente da Embratur, que antecipou que “o Brasil vai ser a Meca do investimento do turismo” nos próximos anos.

No primeiro semestre deste ano, o turismo internacional no Brasil cresceu 7% e para este ano são esperadas receitas turísticas de seis mil milhões de dólares (cerca de 5,3 mil milhões de euros), de acordo com o presidente da Embratur.

Daquele montante, dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) serão receitas de turismo provenientes do Rio de Janeiro, acrescentou.

Só para se ter uma ideia da afluência turística no Rio de Janeiro, durante os Jogos Olímpicos, a Casa Brasil recebe 15 mil pessoas por dia e a 18 de agosto alcançou a marca dos 200 mil visitantes, segundo a Embratur.

Lummertz defendeu a necessidade de haver mais “concessões e PPP [parcerias público-privadas]” no setor no Brasil.

“Todo o esforço que tem sido feito nestes eventos [desportivos como o Mundial de Futebol e Jogos Olímpicos] tem de ser combinado com maior investimento e amadurecimento do setor”, salientou o presidente do Instituto Brasileiro do Turismo.

“O país tem recursos naturais, mar, montanha, história e cultura”, apontou, salientando que o Brasil tem a capacidade de atrair investimento internacional, mas para isso é também preciso desburocratizar para não perder investidores.

Lummertz deu como exemplo uma medida recente tomada pelo Presidente interino Temer, que colocou “90 dias para o Instituto do Ambiente dar respostas de licenciamento”, com o objetivo de diminuir a burocracia no país. “Precisamos de melhorar o ambiente de negócios”, disse.

Relativamente à oferta hoteleira, o presidente da Embratur está otimista, com cadeias internacionais a apostar no país, como o Marriot. “Atualmente são 219”, mas em 2019 vão ser 250 hotéis e depois estarão previstas mais 100 unidades, disse. Por outro lado, as ligações aéreas da TAP ao Brasil são também um impulso para o turismo internacional do país.

“Portugal poderá ser um ‘hub’ [plataforma giratória] entre a China e o Brasil”, destacou, aludindo à entrada de chineses no capital da transportadora aérea portuguesa TAP.

Vinícius Lummertz foi nomeado presidente da Embratur em julho deste ano, reassumindo a função que ocupou entre junho do ano passado e março último.