O primeiro-ministro turco anunciou que o país vai assumir um papel “mais ativo” na resolução da guerra civil na Síria durante os próximos seis meses. Binali Yildirim quer “reduzir a instabilidade” e resolver o “conflito étnico” que se verifica no país.

“O derramamento de sangue tem de parar. Nem bebés, nem crianças, nem pessoas inocentes devem morrer. É por isso que a Turquia vai assumir um papel mais ativo nos próximos seis meses para evitar que o perigo se agrave”, explicou o responsável.

O objetivo é pôr fim à guerra civil que há cinco anos afeta a Síria. A Turquia é um dos países mais afetados pelo conflito — faz fronteira com a Síria e recebe mais de 2,7 milhões de refugiados sírios, o que já resultou em 15,7 milhões de dólares de custos (quase 14 milhões de euros), disse o governo à AFP.

Uma das condições para o apoio turco é a não intervenção de Bashar al-Assad — uma figura que, defende o responsável turco, deve estar afastada do futuro daquele país. “Nós acreditamos que o Daesh e Assad não devem estar no futuro da Síria”, disse, referindo-se ao Estado Islâmico e ao presidente da Síria, sublinhando que “fora de questão” encetar um diálogo com Assad, escreve a Reuters. Ainda assim, Binali Yildirim aceita que Assad fique “temporariamente”, durante uma transição, porque “quer gostemos ou não, [Assad] é um dos atores principais na situação”.

O objetivo da participação “mais ativa” da Turquia é também evitar que a Síria fique dividida por um “conflito de etnias”. “O nosso apoio implica que a Síria não se divida com base em etnias”, sublinhou Yildirim. Nos últimos 5 anos os grupos curdos ganharam terreno, resultando em alguns conflitos com grupos da maioria árabe na Síria.

Na sexta-feira, nota a Reuters, as autoridades curdas evacuaram milhares de civis de áreas detidas pelos curdos devido aos ataques aéreos encetados pelo governo sírio. Ainda no fim desta semana em Hasaka, cidade síria, um novo confronto entre a milícia curda e o governo de Damasco resultou no conflito “mais violento” de sempre entre aquelas duas forças.

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