O vídeo que inaugura a campanha televisiva de Donald Trump para as eleições presidenciais de 8 de novembro já é conhecido. Em 30 segundos, o candidato republicano à Casa Branca apela a uma “América outra vez em segurança”, focando-se na importância de fechar as fronteiras – uma das bandeiras mais conhecidas da campanha de Trump.

No vídeo, o candidato que quer construir um muro na fronteira dos EUA com o México, apresenta duas realidades diferentes: uma com Hillary Clinton na presidência, onde “há mais do mesmo, mas pior” e outra consigo enquanto líder, onde reina a segurança nas famílias e no país. O vídeo termina com a frase “Make America safe again” sobre a imagem de um navio de guerra.

https://www.youtube.com/watch?v=zAFRItqqJdw

Ao contrário de Hillary Clinton, que gastou cerca de 61 milhões de dólares (54 milhões de euros) para transmitir as mensagens da sua campanha na comunicação social, Trump gasta agora 5 milhões para promover o vídeo durante 10 dias, conta a Slate. Na quinta-feira, o candidato republicano também pediu publicamente desculpa “por algumas coisas que disse”, fazendo antever uma eventual mudança na estratégia de comunicação. Em dois meses, Trump mudou de equipa duas vezes. Contudo, o vídeo agora divulgado não deixa antever que o discurso radical de Trump vá mudar assim tanto – apesar do mea culpa que o candidato republicano fez num discurso lido:

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“Por vezes, no calor dos debates e dos discursos sobre uma vasta gama de temas, não se escolhem bem as palavras ou dizem-se as coisas erradas”, afirmou Trump.

Trump apela ao eleitorado negro

Com as sondagens em queda para a campanha republicana, Trump joga novas cartas. Além do lançamento do vídeo, o candidato também fez um apelo direto num comício em Michigan. Desta vez, ao eleitorado afro-americano. Perante uma audiência maioritariamente composta por brancos, Donald Trump afirmou que os afro-americanos estão a viver “na pobreza”, que as escolas que frequentam “não são boas”. E questionou: “O que é que vocês têm a perder?”

“Se continuarem a votar nas mesmas pessoas, vão continuar a receber exatamente o mesmo resultado”, afirmou Trump, prometendo que ia “produzir” para os afro-americanos aquilo que os democratas não produziram. O candidato republicano disse ainda que Clinton prefere dar emprego a um refugiado do que aos jovens negros”que já se tornaram refugiados no seu próprio país”. Os afro-americanos representam 12% do eleitorado do país.

A campanha de Donald Trump para as eleições legislativas de 8 de novembro nos EUA tem sido marcada pela polémica. Esta sexta-feira, o responsável Paul Manafort demitiu-se, depois de ter aparecido alegadamente envolvido num esquema de corrupção que inclui o antigo presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovic, com fortes ligações à Rússia.